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Fora do padrão

São Paulo registra 3 mortes e investiga 10 novos casos de intoxicação por metanol

O metanol é uma substância tóxica de difícil identificação em bebidas, pois é incolor e tem cheiro similar ao álcool comum

Terça - 30/09/2025 às 09:05



Foto: Arquivo/Agência Brasil Bebidas alcoólicas
Bebidas alcoólicas

Um surto de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas atingiu o estado de São Paulo, causando mortes e deixando vítimas em estado grave, com sequelas como cegueira irreversível. As autoridades confirmaram três mortes e têm pelo menos dez outros casos sob investigação, em um cenário considerado fora do padrão pelo governo federal.

O metanol é uma substância industrial altamente tóxica, inflamável e de difícil identificação quando misturada a bebidas, pois é incolor e tem cheiro semelhante ao álcool comum (etanol). Ele é utilizado na fabricação de produtos como anticongelantes, solventes e combustíveis, mas não se destina de forma alguma ao consumo humano.

A intoxicação por metanol é particularmente perigosa porque seus sintomas iniciais podem ser confundidos com os de uma ressaca forte. Eles incluem: náuseas, vômitos, dor abdominal intensa, dor de cabeça, tontura, confusão mental,  convulsões, visão turva ou cegueira repentina.

A substância pode causar danos permanentes ao sistema nervoso, cegueira irreversível, coma e morte, mesmo em pequenas quantidades. Especialistas alertam que cerca de 10 ml de metanol puro podem causar cegueira, e 30 ml podem ser fatais.

Uma força-tarefa formada pela Polícia Civil, Centro de Vigilância Sanitária do estado e Coordenadoria de Vigilância em Saúde da prefeitura realizou ações de fiscalização em três bares de São Paulo. Durante as operações, 117 garrafas de bebidas destiladas sem rótulos foram apreendidas para análise pericial. Dois estabelecimentos foram autuados por irregularidades sanitárias.

O Ministério da Justiça emitiu um alerta sobre a situação, classificando o número de casos como fora do padrão para um curto período. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos está monitorando a situação e emitiu orientações para a população e estabelecimentos comerciais.

De acordo com o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) de São Paulo, desde junho deste ano, seis casos de intoxicação por metanol foram confirmados, sendo que três resultaram em morte. Atualmente, dez casos adicionais estão sob investigação na capital paulista, todos com suspeita de terem sido causados pelo consumo de bebidas contaminadas.

Entre os casos graves investigados estão o de um jovem de 27 anos que está internado em coma há quase um mês e teve danos cerebrais irreversíveis, e o de uma designer de 43 anos que perdeu a visão após beber caipirinhas em um bar de uma região nobre da capital. Um homem de 31 anos também está hospitalizado há mais de um mês, após sofrer um AVC e perder a visão.

Como se proteger e o que fazer em caso de suspeita

Diante do surto, as autoridades sanitárias recomendam que a população redobre a atenção:

-  Compre apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal.

-  Evite produtos de origem duvidosa ou com preço anormalmente baixo.

-  Desconfie de bebidas com lacres tortos, rótulos mal impressos ou com erros.

Em caso de suspeita de intoxicação, é fundamental buscar atendimento médico de emergência imediatamente. Informar aos profissionais de saúde sobre a possível ingestão de metanol é crucial, pois o tratamento específico requer antídoto e hemodiálise. A população também pode acionar o Disque-Intoxicação da Anvisa pelo 0800 722 6001 para obter orientações.

Fonte: O Globo

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