Olhe Direito!

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Um bom resgate de memória

É relevante que se destaque que o Marquês de Paranaguá, nascido João Lustosa da Cunha Paranaguá, é personalidade histórica pouco lembrada no Piauí.

Alvaro Mota

Sexta - 17/06/2022 às 19:31



Foto: Pinterest Marquês de Paranaguá
Marquês de Paranaguá

Com o fito de justificar, de modo bastante concreto, a escolha do nome do Marquês de Paranaguá para a Medalha do Mérito Comercial, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Piauí, Valdeci Cavalcante, brinda-nos com um livro que honra e resgata a memória deste piauiense nascido na primeira metade do século XIX e que foi figura política marcante no Segundo Império do Brasil.

É relevante que se destaque que o Marquês de Paranaguá, nascido João Lustosa da Cunha Paranaguá, é personalidade histórica pouco lembrada no Piauí. E não se faz a afirmação por acaso. Ainda que tenha granjeado a intimidade do Imperador Pedro II e se tornado um de seus mais próximos colaboradores, o Marquês não mereceu no Piauí mais que três homenagens: a praça e o bairro na zona norte de Teresina e uma praça em Parnaíba.

Essa informação está no livro de Valdeci Cavalcante, que leva o nome civil e o título nobiliárquico deste piauiense nascido onde hoje fica a sede do município de Sebastião Barros, desmembrado de Corrente, no Extremo Sul do Estado. Cabe lembrar que a terra natal do Marquês o honra com o nome de uma escola e de uma praça.

Ainda assim, o Estado de Pernambuco, onde João Lustosa da Cunha Paranaguá formou-se em Direito, presta-lhe pelo menos nove homenagens com nomes de espaços públicos.  Em São Paulo há 31 vias públicas que reportagem ao Marquês e em todo o país, há 97 logradouros nomeados pelo Marquês.

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Tanto reconhecimento se poderá perceber como justo com a leitura do livro de Valdeci Cavalcante, que faz um resgate bibliográfico, de memória e de genealogia do Marquês – não de todo inaugural porque outro advogado com alma de historiador, Dr. William Palha Dias tem uma obra sobre esse vulto político piauiense do século XIX.

O livro faz-nos perceber para além de uma pessoa que tinha uma relação de afeto familiar com o imperador. Exemplo disso é a descrição do esforço do Marquês como o iniciador da ideia concretizada de navegação fluvial pelo rio Parnaíba, com aporte financeiro do Império, o que assegurou por décadas a comunicação do interior do Piauí com o resto do país.

Governador de províncias como o Maranhão, por designação do amigo imperador Pedro II, que também o fez ministro Justiça, da Guerra e presidente do Conselho de Ministros, o Marquês de Paranaguá, conforme se observa no livro de Valdeci Cavalcante, fez parte de uma linhagem de homens contemplados com a nobiliarquia, seus irmãos o Marquês de Parahim e Barão de Gurgueia.

É realmente digno de boa nota o fato de se ter um livro que resgata a memória de um piauiense de grande importância histórica, de tal sorte que seja a obra fonte de consulta para agora e gerações futuras.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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