Olhe Direito!

Olhe Direito!

OLHE DIREITO

Ouvir para crer

Tudo isso colocado, posso me permitir não olhar o presente ou tentar perceber perspectivas.

Alvaro Mota

Quinta - 26/05/2022 às 09:23



Foto: Ascom Senac O rádio
O rádio

Quando a internet surgiu, uma série de previsões foram feitas sobre o futuro dos meios de informação – sendo o jornal impresso com morte decretada e o rádio, quase isso. Chegamos a um momento em que a internet se consolida como meio de difusão (e não meio de informação), estabelecendo espaços e plataformas novos para as mídias tradicionais.

O jornal impresso segue limitado pelas questões de custo e logística, enquanto o rádio rompeu os limites de acesso através de equipamentos em boa parte ainda analógicos – os aparelhos de rádio – para rodar em plataformas digitais as mais variadas.

Faço essa introdução sobre o uso da tecnologia da informação e da telemática como meio de difusão porque a rádio ganhou sobrevida e foi reinventada praticamente para funcionamento na internet, mas mantendo as frequências moduladas, mais comuns para as cidades, e as ondas médias, para transmissões a grandes distâncias. A rádio segue firme como um excelente veículo de informação.

Celso Barros, 100 anos de cidadania

OAB-PI, 90 anos de lutas e conquistas

90 anos da OAB Piauí

Tudo isso colocado, posso me permitir não olhar o presente ou tentar perceber perspectivas. Não. Parece-me adequado verificar o passado para encontrar algumas razões para que o veículo de comunicação rádio tenha se adaptado a um meio de difusão no qual muitos enxergaram não seu progresso, mas a sua inanição.

Como se fato não foi o que ocorreu, estando o rádio em um diálogo tecnológico com a TV e plataformas de mídias e redes digitais, mas mantendo a possibilidade de recepção em meio analógico, talvez esteja em sua natureza instantânea essa sobreviva. O rádio consegue ser mais eficaz em certas transmissões que a TV, porque, tendo mais a função de difundir informação pela voz, tem a possibilidade de mais rapidamente fazer chegar a informação.

Há nessa possibilidade, contudo, a necessidade do talento e da competência do profissional de rádio, capaz de narrar com exatidão e fidelidade máximas um acontecimento, notícia ou quaisquer outros eventos, prendendo a audiência, fazendo-a dispensar a necessidade da imagem, sempre tão colada aos acontecimentos nos tempos atuai.

O rádio, a meu ver, persiste porque assentou-se sempre, em qualquer lugar do mundo, sobre a capacidade dos profissionais de transmitir emoções, de narrar com credibilidade, de fazer com que o ouvinte não somente percebesse palavras ditas ou narradas, mas que visualizasse o que era expresso pelo radialista. E não nos faltam exemplos, mas fico com o mais conhecido deles, a narrativa de “A guerra dos mundos”, de 1938, quando, dramatizando o texto homônimo de do escritor inglês Herbert George Wells, o ator e diretor Orson Wells, foi tão crível aos ouvintes que causou uma onda de pânico nos ouvintes. Então, é capacidade de fazer-se acreditar sem que se veja, apenas escutando, que faz do rádio um meio de informação capaz de renovar agora.

Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Procurador do Estado. Ex-Presidente da OAB-PI. Mestre em Direito pela UFPE. Doutorando em Direito pela PUC-SP. Presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: