Conciso

Conciso

Tornaram-se maus

Domingo - 20/08/2017 às 14:08



Foto: Divulgação Manifestante contra Dilma Rousseff
Manifestante contra Dilma Rousseff

Duas afirmações têm fincado em minha mente há um tempo. A primeira é do filósofo iluminista Jean Jacques Rousseau “o homem nasce bom, a sociedade o corrompe” e a outra é do também filósofo Thomas Hobbes “o homem é essencialmente mau”. Vê-se o quanto esses dois homens inteligentes estavam, séculos atrás, certos.

Não temos dúvidas algumas quanto à bondade das pessoas. Para não ficarmos apenas em exemplos previsíveis como o Papa Francisco, Mahatma Gandhi, Luther King, Madre Teresa, dentre outros, é certo que todos conhecem alguém comum e bom na sua essência. Aquele amigo, um parente, colega de trabalho ou até mesmo aquela pessoa que você só sabe “pelos outros”, basta pensar um pouco e virão muitas no pensamento.

O nosso lamento ocorre quando o exemplo de pessoas não tão boas é maior. Queria muito não chegar a essa conclusão, mas ao depararmos em nosso meio social, modelos não nos faltam. Lembrarmos aqui dos bandidos é clichê, ressalto os sujeitos que não pensam duas vezes em levar sofrimento, angústia, raiva e, muitas vezes, ódio para o outro. Sim, isso também é ser mal, não existe pequena maldade.

E qual malefícios essas pequenas atitudes podem trazer? Ora, todos. Pois quando estamos chateados ou até enfurecidos não conseguimos dosar nosso discernimento, desta forma nos tornamos presa fácil para o inimigo perverso e desencadeamos o nosso lado nocivo. Passamos a não respeitar, entendemos desonestidade como forma correta e estaremos sujeitos à ofensa sem propósito algum. Tornando o ambiente mais parecido àquilo que entendemos como inferno.

E foi, resumidamente, esse sentimento que nos levou para esta atual situação.

Explico. Como vivemos em uma democracia é fundamental termos transparência e informação do que está acontecendo, pois assim formaremos nossa opinião sobre vários temas. Como a política rege nosso regime de governo, estarmos “antenados” com a situação vai nos deixar feliz, triste ou revoltado.

Em um país de dimensões gigantescas como o nosso, a imprensa tem uma grande responsabilidade nessa questão. Tendo em vista facilitar o acesso à informação de todas as regiões. Infelizmente, a grande mídia – concessão pública dirigida por um pequeno grupo de famílias – levou à maioria dos brasileiros notícias, muitas vezes, manipuladas ou até mesmo mentirosas desencadeadoras de ódio ao partido político que estava no poder.

Na verdade, para nossa grande imprensa só é notícia aquilo a lhe trazer benefício. Se for em detrimento dos interesses nacionais, dá-se um jeito para ludibriar ou até mesmo enganar os “robôs”. Assim, querendo ou não, a imprensa acaba despertando no cidadão o homem mau de Rousseau e esse acaba agindo com seus instintos mais desumanos.

Só assim para entendermos um pouco o fato da população tirar uma mandatária legítima e honesta e ajudar colocar um bandido com sua quadrilha na presidência. Sem dúvidas, esse ódio os cegaram e tornaram-nos sujeitos maus.

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Joaquim Lourenço

Joaquim Lourenço

Joaquim Lourenço é licenciado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e advogado pela FAP Mauricio de Nassau

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