Um novo grupo de brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou ao Brasil na tarde deste sábado (21). Ao todo, 120 cidadãos desembarcaram no Aeroporto Internacional de Fortaleza por volta das 12h46, em voo que integra a estratégia do governo federal para acolher conterrâneos afetados pelas recentes mudanças na política migratória norte-americana.
O atraso no pouso, inicialmente previsto para as 8h, não comprometeu a estrutura montada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), responsável pela operação de recepção humanitária.
Este é o décimo voo de repatriação realizado neste ano, elevando para 892 o número de brasileiros trazidos de volta ao país desde fevereiro. O esforço conjunto envolve diversas pastas do governo federal e responde ao endurecimento das políticas de deportação dos Estados Unidos, que tem afetado diretamente migrantes em situação irregular, inclusive famílias inteiras.
Segundo o MDHC, o acolhimento foi organizado com apoio de órgãos federais e estaduais, oferecendo alimentação, kits de higiene pessoal e assistência psicossocial aos repatriados. “As equipes foram orientadas a garantir um acolhimento humanizado, respeitando as necessidades específicas de cada pessoa recebida”, informou o ministério.
Diferentemente das operações anteriores, os brasileiros repatriados nesta etapa seguirão por transporte terrestre até seus estados de origem. Essa mudança faz parte de um novo modelo logístico, que deixa de contar com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) nos deslocamentos internos, priorizando ônibus fretados para facilitar a redistribuição dos retornados.
A ação de reintegração também inclui articulações com a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Para casos de maior complexidade, como pessoas com deficiência, população LGBTQIA+ ou idosos, o atendimento é conduzido diretamente pelas equipes especializadas do MDHC.
No início do mês, um voo semelhante trouxe 109 brasileiros em situação de vulnerabilidade, dos quais 76 foram levados ao Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais, por aeronave da FAB.
Esses retornos em massa refletem não apenas a política migratória mais severa dos EUA, mas também a tentativa do governo brasileiro de garantir uma repatriação segura, coordenada e com suporte social às vítimas da deportação forçada.
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Fonte: Agência Brasil
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