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A vergonha de ser brasileiro

Domingo - 25/06/2017 às 13:06



Foto: Reprodução/Google Jeitinho brasileiro
Jeitinho brasileiro

O brasileiro está sentindo mais vergonha do seu país. É o levantamento feito pelo instituto Datafolha revelando o desapontamento de 47% da população e com 50% àqueles mais orgulhosos. Em comparação a pesquisas anteriores, houve uma queda considerável e chegando a um dos menores índices desde o início da série histórica (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/06/1895647-vergonha-de-ser-brasileiro-atinge-recorde-de-47-diz-datafolha.shtml, pesquisado em 24/06/2017).

Uma das principais causas desses preocupantes números vem a ser a tão malfadada corrupção. Tendo no desenrolar da operação Lava Jato – que já dura mais de três anos – o cerne da preocupação. Não para menos, pois a cada semana a sensação é de que uma bomba de efeitos catastróficos será ativada e ninguém em sã consciência pode prever a culminância.

De minha parte peço total vênia para discordar dessa pesquisa. Corrupção é sim um mal endêmico e, desta forma, seu combate faz-se necessário e fundamental para o avanço de qualquer sociedade. Mas falta a boa parte de todos nós educação para o respeito. Sim, atualmente nossa preparação volta-se para o sucesso financeiro dando-se bem em tudo.

Quando sistemas de proteção ao crédito ou de segurança são criados é porque não existe confiança. Câmeras de vídeos estão aí nos vigiando 24 horas, os muros das residências cada vez maiores em tamanho, carros com blindagem parecendo tanques de guerra e aquela vontade de passar um bom tempo sozinho, fundamentam ainda mais essa sensação.

Certa feita, tive o desprazer de, em uma casa de shows, adquirir fichas para consumo de bebidas. Ao terminar a festa ainda possuía 4 delas e natural que quisesse reaver a quantia paga. Já sabia que tinha a grande chance de não obter sucesso, mas fui tentar. A maior decepção não foi apenas não receber e sim a falta de preparo do estabelecimento. Não me deram nem a chance de argumentar, ainda perdi duas fichas que caíram para dentro e sequer tive a ajuda por parte dos funcionários de lá. A sensação de insignificância veio com força.

Não era pelo dinheiro e sim pelo desrespeito e consideração mostrados pelo estabelecimento, pois para eles o importante era a venda e o cliente que aceite. Depois, com a cabeça mais fria, percebi apenas que eles também montaram essa forma de se defenderem dos “espertos” que gostam de dar esses pequenos golpes. O problema é que nem todos são assim e acabei sendo vítima por conta da maledicência de outros.

Por todos esses aspectos não há como não sentir vergonha de ser brasileiro e não é só pela corrupção. Essa cultura do “se dar bem” há tempos deve ser extinta. Você que está lendo (poucos, eu sei) quando se deparar com alguém reclamando tanto de corrupção, fique atento pois pode ser mais um que faça parte desse time e queria ser um dos grandes. Vide àqueles políticos que foram às ruas para combater a corrupção e hoje aparecem provas mostrando o quanto são corruptos criminosos.

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Joaquim Lourenço

Joaquim Lourenço

Joaquim Lourenço é licenciado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e advogado pela FAP Mauricio de Nassau

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