Política

BENEFÍCIOS DEFASADOS

MPPI vai apurar redução do auxílio alimentação de servidores da Prefeitura de Teresina

Nova lei sancionada pela Prefeitura cria tratamento desigual entre trabalhadores que enfrentam as mesmas dificuldades no dia a dia

Da Redação

Quinta - 09/10/2025 às 16:32



Foto: MPPI Ministério Público do Piauí
Ministério Público do Piauí

O Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) foi acionado para investigar a legalidade da Lei Municipal nº 6.260/2025, sancionada em 17 de setembro, que alterou o valor do auxílio-alimentação dos servidores da Prefeitura de Teresina. A representação, protocolada pelo professor Wilson Oliveira, questiona os novos critérios da lei, que dividiu o benefício em duas faixas, reduzindo drasticamente o valor para uma parcela dos trabalhadores.

De acordo com a nova legislação, o auxílio-alimentação passou a ser de R$ 500 para servidores que recebem até R$ 2.500. No entanto, para aqueles com vencimentos acima desse valor, o benefício foi estabelecido em apenas R$ 250. Na representação, o professor Wilson Oliveira sustenta que a medida fere os princípios constitucionais da isonomia (igualdade) e da razoabilidade.

Defasagem e tratamento desigual

O autor da ação destaca a defasagem do benefício diante da inflação e do aumento do custo de vida. Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) referentes a fevereiro de 2025 apontam que o custo da cesta básica em Teresina é de R$ 725,72, valor significativamente superior ao auxílio concedido, mesmo na faixa mais alta.

“O professor com remuneração de R$ 4 mil não é de alta renda. É um trabalhador que precisa investir em formação e sustentar sua família. A lei, do jeito que foi aprovada, acaba desvalorizando a categoria”, argumentou Oliveira. Ele enfatiza que a medida cria um tratamento desigual entre trabalhadores que enfrentam as mesmas dificuldades no dia a dia e a mesma pressão inflacionária sobre os alimentos.

Na solicitação dirigida ao MP-PI, o professor pede que o órgão instaure um procedimento administrativo para verificar a conformidade da lei com o ordenamento jurídico e recomende a revisão dos critérios de concessão do benefício.

“A valorização de uma parcela do funcionalismo não pode ocorrer em detrimento de outra. Lutar por justiça e isonomia é defender o direito de cada servidor ser tratado com respeito e dignidade”, destacou.

O caso agora aguarda a análise preliminar do Ministério Público Estadual, que decidirá sobre a abertura de um procedimento para apurar formalmente as denúncias. A prefeitura de Teresina ainda não se manifestou publicamente sobre a representação.

Fonte: Professor Wilson Oliveira

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