
PORTO ALEGRE (RS) - A 31ª edição do Prêmio Brasil de Economia (PBE) 2025, promovido pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), consagrou o professor e economista Ladislau Dowbor com o primeiro lugar na categoria Livro de Economia. A premiação, que aconteceu durante o Congresso Brasileiro de Economia em Porto Alegre (RS), reconheceu a obra “Os desafios da revolução digital” como a melhor do ano, rendendo ao autor um prêmio de R$ 8.000,00.
O evento, que começou na segunda-feira (06/10) e se encerra nesta sexta-feira (10), tem como pano de fundo uma reflexão profunda sobre os caminhos para um desenvolvimento sustentável no Brasil, tema que dialoga diretamente com a vasta produção intelectual do vencedor.
Um pensador da economia sustentável
Nascido na França em 1941 e radicado no Brasil desde os anos 1970, Ladislau Dowbor possui uma carreira acadêmica e profissional internacionalmente reconhecida. É doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia e professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde leciona no departamento de pós-graduação em Administração.
Sua trajetória é marcada pelo trabalho como consultor para diversas agências das Nações Unidas (ONU), governos e municípios, sempre com um foco em planejamento econômico e social. Dowbor atua em áreas como educação, desenvolvimento local e gestão descentralizadora, consolidando-se como uma das vozes mais críticas e propositivas sobre os rumos da economia global.
Críticas à financeirização
A obra de Dowbor é vasta e acessível. Uma de suas marcas é a capacidade de traduzir complexos conceitos econômicos em uma linguagem clara para o grande público. Seus livros, muitos disponíveis gratuitamente em seu site oficial, são ferramentas para entender as disfunções do capitalismo contemporâneo.
Seus estudos focam na crítica à financeirização da economia, um sistema onde o setor financeiro passa a dominar e ditar o ritmo da economia produtiva, gerando concentração de renda, instabilidade e esvaziamento do investimento em áreas sociais. Para ele, a riqueza mundial está sendo drenada por um sistema financeiro que não a produz, criando um capitalismo sem capitalismo produtivo.
Em obras como “A Era do Capital Improdutivo” e “O Capitalismo Sequestrado”, Dowbor demonstra como os fluxos financeiros especulativos prejudicam o desenvolvimento de nações como o Brasil, defendendo uma maior regulação e transparência no sistema.
O livro vencedor
O livro vencedor, “Os desafios da revolução digital”, insere-se nesse contexto. Nele, Dowbor deve explorar como as novas tecnologias, que têm um potencial enorme para democratizar o conhecimento e melhorar a eficiência da gestão pública e privada, podem, ao mesmo tempo, ser capturadas por monopólios tecnológicos e aprofundar desigualdades.
Sua reflexão é crucial para o debate sobre desenvolvimento sustentável, mostrando que o caminho para um futuro mais justo passa necessariamente pelo controle social da tecnologia e por uma economia que priorize o bem-estar coletivo sobre o lucro financeiro.
O Prêmio Brasil de Economia se consolida como uma vitrine do pensamento econômico nacional, e a vitória de Ladislau Dowbor em 2025 coroa uma vida dedicada a pensar e a construir alternativas econômicas mais inteligentes, democráticas e sustentáveis para o Brasil e o mundo.
Fonte: Confecom
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