
A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou melhora em agosto, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (20). O levantamento mostra que 46% dos entrevistados aprovam a gestão, enquanto a desaprovação recuou para 51%. Em julho, os índices eram de 43% e 53%, respectivamente.
Esse é o menor distanciamento entre aprovação e desaprovação desde janeiro deste ano, quando houve empate técnico. A diferença, que chegou a 17 pontos em maio, agora é de apenas cinco pontos percentuais.
Fatores da recuperação
De acordo com Felipe Nunes, diretor da Quaest, a melhora está relacionada principalmente à percepção de queda nos preços dos alimentos e à reação do governo brasileiro ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Segundo ele, esses fatores trouxeram alívio ao custo de vida e foram interpretados pela população como sinal de liderança política.
Onde Lula cresceu
O avanço foi mais expressivo no Nordeste, onde a aprovação passou de 53% para 60%. No Centro-Oeste e Norte, subiu de 40% para 44%. No Sudeste, embora tenha havido recuperação, a desaprovação ainda é maioria (55% contra 42%). Já no Sul, a reprovação segue elevada: 61%.
Entre os perfis sociodemográficos, destacam-se mudanças entre idosos, grupo em que a aprovação chegou a 55%, e entre famílias de baixa renda, com alta de 46% para 55% no apoio ao governo. Beneficiários do Bolsa Família também ampliaram o índice de aprovação, que passou de 50% para 60%.
Por outro lado, entre pessoas com ensino superior e renda acima de cinco salários mínimos, a rejeição continua predominante, atingindo 56% e 60%, respectivamente.
Religião e gênero
Entre católicos, 54% aprovam o governo, enquanto entre evangélicos a desaprovação permanece elevada, em 65%. No recorte por gênero, há equilíbrio entre mulheres (48% aprovam e 49% desaprovam). Entre homens, a diferença negativa para Lula diminuiu em relação ao mês anterior.
Impacto das tarifas dos EUA
O levantamento também avaliou a percepção sobre as tarifas aplicadas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros. A maioria dos entrevistados (51%) acredita que a medida tem motivação política do presidente Donald Trump. Para 64%, o tarifaço deve encarecer os alimentos no Brasil.
Ainda segundo a pesquisa, 67% defendem que o Brasil busque negociar uma solução, enquanto 26% preferem medidas de retaliação contra os EUA.
Avaliação do governo
Na classificação geral, 31% consideram a gestão positiva, 39% negativa e 27% regular.
A pesquisa Quaest foi encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre os dias 13 e 17 de agosto. O levantamento tem nível de confiança de 95%.
Fonte: Brasil 247