Polícia

FEMINICÍDIO

Homem é condenado a 23 anos de prisão por matar e ocultar corpo de ex-esposa no Piauí

Tribunal do Júri acolheu integralmente as teses do Ministério Público e o réu foi condenado a prisão em regime fechado

Da Redação

Sexta - 22/08/2025 às 12:50



Foto: Reprodução Francisca Maria Lemos da Silva
Francisca Maria Lemos da Silva

O Tribunal do Júri da Comarca de Jerumenha condenou, nessa quinta-feira (21), Ierson Duarte Pereira dos Santos a 23 anos de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. A vítima é Francisca Maria Lemos da Silva, ex-esposa do réu que foi assassinada em 5 de abril de 2024 em uma estrada vicinal da comunidade Palmeira, zona rural de Canavieira, no Sul do Piauí.

Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público do Piauí (MPPI), o crime foi motivado por sentimento de posse e pelo inconformismo do réu com o fim do relacionamento.

O assassinato foi cometido com extrema violência, de forma a dificultar a defesa da vítima, configurando meio cruel e caracterizando feminicídio por se tratar de crime praticado em contexto de violência doméstica e familiar. Após o crime, o réu ocultou o corpo e os pertences de Francisca em uma ribanceira.

Julgamento

Durante a sessão do Tribunal do Júri, o Conselho de Sentença acolheu integralmente as teses apresentadas pelo promotor de Justiça Esdras Oliveira Costa Belleza do Nascimento, que destacou a brutalidade do caso e defendeu a aplicação de uma pena proporcional à gravidade dos fatos.

A juíza Lucyane Martins Brito, presidente do Tribunal do Júri, fixou a pena definitiva em 23 anos de reclusão, sendo 22 anos e 2 meses pelo feminicídio e 1 ano pela ocultação de cadáver, além do pagamento de multa. O cumprimento será em regime inicialmente fechado, sem possibilidade de substituição por penas alternativas.

“Este julgamento é uma resposta firme da sociedade e da Justiça contra a barbárie da violência de gênero. Cada vida ceifada pelo feminicídio representa uma ferida aberta em nossa coletividade. O veredito de hoje reforça que nenhuma mulher deve ser reprimida pelo simples fato de ser mulher e que o Ministério Público seguirá atuando com rigor e sensibilidade para que crimes tão cruéis não fiquem impunes”, afirmou o promotor de Justiça.

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