O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) movimentou R$ 30 milhões em um ano, segundo relatório da Polícia Federal encaminhado nesta quinta-feira (21/8) ao Supremo Tribunal Federal (STF). As transações, que ocorreram entre março de 2023 e fevereiro de 2024, foram classificadas como atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e levantaram suspeitas de lavagem de dinheiro e repasses à família do ex-mandatário.
No período, foram identificados R$ 30,5 milhões em créditos e R$ 30,5 milhões em débitos. A maior parte dos valores foi destinada ao pagamento de advogados e a aplicações financeiras. Dois escritórios que defendem Bolsonaro receberam juntos R$ 6,6 milhões, enquanto investimentos em CDB e RDB somaram R$ 18,3 milhões, distribuídos em seis operações.
A PF também aponta movimentações de R$ 22 milhões entre dezembro de 2024 e junho de 2025, incluindo transferências de R$ 2,1 milhões para Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro. Segundo o relatório, os repasses ao deputado tinham como finalidade financiar ações nos Estados Unidos contra o governo brasileiro, enquanto a ex-primeira-dama teria recebido os recursos como forma de blindar o patrimônio contra eventual bloqueio judicial.
Além do ex-presidente, outros familiares aparecem no documento: Michelle Bolsonaro recebeu R$ 2,9 milhões entre setembro de 2023 e agosto de 2024, sendo R$ 1,9 milhão da empresa MPB Business, da qual é sócia, e gastou R$ 3,3 milhões no período. Eduardo Bolsonaro realizou uma operação de câmbio de R$ 1,6 milhão, e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) movimentou R$ 4,8 milhões no mesmo intervalo.
Nesta quarta-feira (20/8), Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro foram denunciados pela PF pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Fonte: Metrópoles
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