
Os empresários Bruno Santos Leal Campos e o Nemesio Martins de Castro Neto, vinculados à empresa Big Data Health, são os presos na Operação OMNI, deflagrada na manhã desta terça-feira (30) pela Polícia Federal com o objetivo de desarticular esquemas de corrupção e fraudes em contratos da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi).
Bruno Santos Leal Campos também é médico ortopedista e traumatologista. A Big Data Health foi fundada no ano de 2019 e tem sede na Rua Angélica, 1875 - Fatima, zona Leste de Teresina. Bruno é de Picos, filho de um servidor público e tem consultório em vários locais (Brasília, São Paulo).
A operação contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU/PI) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE/PI), e resultou no cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Teresina, Timon (MA), Araguaína (TO), Brasília (DF), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Curitiba (PR).
As investigações revelaram um esquema de fraudes em licitações, desvio de recursos e uso de empresas de fachada que eram utilizadas para beneficiar pessoas ligadas a organizações com contratos com a área da saúde. Segundo o levantamento, há irregularidades na gestão do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, e em contratos relacionados ao fornecimento de softwares de gestão em saúde.
As investigações começaram após denúncias encaminhadas à CGU e ao Ministério Público Federal, indicando favorecimentos em processos de contratação ligados à Sesapi.
O esquema movimentou valores expressivos, com empresas envolvidas recebendo vantagens indevidas. Entre os crimes investigados estão superfaturamento, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e conflito de interesses em contratos públicos.
Como funcionava o esquema
O esquema operava em várias etapas, envolvendo:
Direcionamento de Licitações: Processos de chamamento público da SESAPI apresentavam restrições que limitavam a participação de concorrentes e indicavam conluio entre organizações sociais de saúde (OSSs), favorecendo uma organização específica.
Superfaturamento de Contratos: Após a contratação, os serviços prestados pelas OSSs eram superfaturados, resultando em desvios significativos de recursos públicos.
Lavagem de Dinheiro: Para ocultar a origem ilícita dos recursos, eram utilizadas empresas de fachada e operações financeiras complexas, envolvendo tanto pessoas físicas quanto jurídicas ligadas às OSSs.
Conflito de Interesses: Havia vínculos entre agentes públicos da SESAPI e empresas contratadas pelas OSSs, configurando conflito de interesses e favorecimento ilícito.
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