
A Polícia Federal (PF) assumiu oficialmente a investigação sobre a origem e distribuição do metanol usado para adulterar bebidas alcoólicas que já causaram cinco mortes confirmadas no estado de São Paulo. O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta terça-feira (30), que classificou o caso como grave e com reflexos na saúde pública.
"Na segunda-feira, determinamos ao dr. Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, que abrisse um inquérito policial para verificar a procedência dessa droga e a rede possível de distribuição que, ao tudo que indica, transcende o limite de um único estado", declarou Lewandowski.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) emitiu recomendações urgentes para que bares, restaurantes e outros estabelecimentos redobrem os cuidados com a procedência das bebidas que comercializam. As autoridades orientam a população a adquirir bebidas apenas em estabelecimentos formais, verificando sempre o lacre, o rótulo e o selo fiscal dos produtos, além de desconfiar de preços anormalmente baixos.
A decisão de colocar a Polícia Federal na investigação partiu da constatação de que o número elevado e inusitado de intoxicações por metanol em São Paulo foge do padrão histórico deste tipo de ocorrência no país.
O perfil das vítimas tem preocupado as autoridades, já que os casos recentes ocorreram em "cenas sociais de consumo alcoólico", como bares, envolvendo jovens e diferentes tipos de bebida, diferentemente do padrão histórico que associada essas intoxicações a pessoas em situação de vulnerabilidade.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, atualizou os números da crise, informando que o estado contabiliza 22 ocorrências relacionadas à substância, sendo 5 confirmadas e 17 ainda sob investigação, incluindo os óbitos. Até o momento, uma morte foi confirmada por intoxicação por metanol após consumo de bebida adulterada, enquanto outras quatro mortes seguem sob investigação para confirmação do vínculo com a substância.
Fonte: Globo.com
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