DIVIDENDOS

Dividendo recorde da Petrobrás, de R$ 87,8 bilhões no trimestre, é imoral

Superlucro foi impulsionado pela alta de preços de derivados no mercado interno. Acionistas estrangeiros ficam com a maior parcela: 44,8% do total a ser pago


Petrobrás

Petrobrás Foto: Divulgação

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2022 -- Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o dividendo recorde de R$ 87,81 bilhões da Petrobrás, no segundo trimestre do ano, é imoral. Reduz a capacidade de investimento da empresa e representa transferência de renda do trabalhador brasileiro em meio à escalada de reajustes dos combustíveis e da inflação provocadas pela equivocada política de preço de paridade de importação (PPI).

O desempenho financeiro da companhia foi divulgado na noite de quinta-feira, 28, trazendo superlucro líquido de R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre -- alta de 22% em relação aos primeiros três meses do ano. O lucro líquido no semestre, de R$ 98,9 bilhões, cresceu 124,6%. Porém, os investimentos em exploração e produção (E&P) caíram 14,7%, em dólar, na comparação semestral.

"O dividendo deste trimestre e os R$ 48,4 bilhões registrados no primeiro trimestre somam R$ 137,1 bilhões no semestre do ano, o que representa mais do que o ano passado todo e supera os dividendos pagos para um ano inteiro ao longo da história da Petrobrás. É recorde para um trimestre, é recorde para um semestre, é recorde para qualquer ano anterior", destacou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

Ele lembra que os valores são ainda maiores: "Observando o que foi pago em 2022 (R$ 38,3 bilhões), referente ao ano de 2021, chegamos a R$ 175,4 bilhões até setembro. Considerando que a Petrobrás ainda vai distribuir o resultado do terceiro trimestre neste ano, podemos atingir cerca de R$ 200 bilhões em 2022. É um escárnio, uma verdadeira festa de fim de governo. Festa da ilha fiscal 2".

Para Bacelar, a política de gordos dividendos é uma perversa forma de concentração de renda, que beneficia sobretudo acionistas privados. Os acionistas estrangeiros ficam com a maior parcela, 44,8% do total dos dividendos distribuídos.

O dirigente da FUP observou que "o aumento das receitas de vendas dos derivados no mercado interno, decorrente da alta dos preços reajustados pelo PPI, foi o principal fator dos elevados lucros operacionais da Petrobrás no segundo trimestre e nos primeiros seis meses do ano. O superlucro e a escalada da inflação caminham juntos", afirmou.

Veja também:

IBGE aponta aumento da ocupação na atividade econômica no 2º trimestre

Teresinenses têm até amanhã (29) para pagar IPTU com desconto

FMI melhora projeção para crescimento do PIB do Brasil em 2022

Fonte: Imprensa FUP

Siga nas redes sociais
Próxima notícia

Dê sua opinião: