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Nosso fundamental objetivo


Fé

Foto: Divulgação

Os textos das epístolas de São Paulo aos coríntios têm sido muito usados pela sua beleza e pelas lições neles contidos.

Um dos trechos muito usados no Brasil foi popularizado pelo seu uso em uma conhecida canção de Renato Russo, “Monte Castelo”, na qual se canta ou se declama inicialmente versículos de uma dessas cartas de São Paulo aos Coríntios: “Ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria”.

Em São Paulo, a eloquência não se dá importância, ainda que por inspiração divina, pois o mesmo texto adverte que uma pessoa que fala pela boca de um anjo, se não for “capaz de amar os outros, não seria mais do que um sino que badala ou um chocalho barulhento”.

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Ainda no mesmo texto que a tradição católica coloca como sagrado, pode-se encontrar que nenhum sacrifício será o bastante se não for feito por amor ao próximo.

Assim, São Paulo aprecia o amor como uma virtude muito mais sublime que todas as outras. No texto aos coríntios, sugere que mesmo permanecendo em nós a fé, a esperança e o amor, destes três, o maior o amor, por ele definido neste texto magnífico como paciente e bondoso, que se entristece com a injustiça e se compraz com a verdade, que nunca desiste, nunca perde a fé, tem sempre esperança e persevera em todas as circunstâncias.

Isso se coloca num momento muito difícil de nossas vidas, no qual o amor expresso no texto bíblico de São Paulo precisa ser cada vez mais exercitado. É o amor desinteressado, que se pode definir à vezes como empatia, que é o colocar-se no lugar do outro, ou solidariedade, ato de amar uma pessoa como um gesto humanitário que não se fulaniza, ou seja, se dirige ao ser humano, seja ele quem for.

Se assim procedemos, não precisamos sequer invocar a nossa fé, em geral um elemento agregador de nossas ações de generosidade ou caridade. Embora esteja aqui usando um texto cristão para falar sobre o amor como virtude essencial em nossas vidas, essa pode ser uma graça divina comum a qualquer fé. Agora mesmo, no Islã, tão pouco entendido por nós (eu incluído) se está na celebração do Ramadã, um mês em que os muçulmanos adultos e saudáveis fazem jejum para lembrar dos que têm fome no mundo e, dentro dessa ideia, fazem caridade doando alimentos.

A crença de que o amor pode estar até acima da fé e da esperança se move pela ideia poderosa de que as duas últimas não podem prosperar em um ambiente de ódio. Como pode haver esperança e fé onde é o ódio e não o amor o que mais se pratica? É evidente que sem amor, como prega São Paulo, nós seríamos nada. Assim, como expresso no texto cristão de São Paulo aos coríntios, “que o amor seja o vosso [nosso] fundamental objetivo”.

Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Procurador do Estado. Ex-Presidente da OAB-PI. Mestre em Direito pela UFPE. Presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
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