Foto: Divulgação
Símbolo da Páscoa
A Páscoa cristã é tributária da tradição pascal judaica. Logo, são festas que celebram basicamente a mesma coisa: a passagem para a libertação.
Os judeus celebram a passagem do povo israelita da escravidão do Egito para a libertação da Terra Prometida, com a travessia do Mar Vermelho, dividido ao meio por Deus, conforme os relatos bíblicos.
Os cristãos lembram na Páscoa a ressurreição de Cristo, que pelas narrativas dos Evangelhos de Lucas, Mateus e Marcos teria ocorrido durante a celebração da Pessach, a Páscoa judaica.
Tanto na celebração cristã quanto na judaica, há figuras humanas, mas também ligadas a Deus. Na Páscoa dos Judeus, é Moisés, que liderou o povo hebreu na fuga do Egito, quem está no centro dessa festividade. Para os cristãos, a Páscoa celebra a vitória de Jesus sobre a morte.
É fundamental que nos dias de hoje sejam evocadas as memórias destes dois eventos narrados em diferentes momentos dos textos bíblicos, que guardam entre si similaridades de fé, mas também ação semelhante quanto à necessidade que devemos ter de rememorar o passado como formador de nossas convicções, como base para nossas vidas;
O que seria de nós sem ideias que nos conduzem à prática de boas ações, de busca da virtude como um guia para nossas vidas? Não seríamos muito mais que um agrupamento humano destituído de atributos éticos e morais necessários a uma vida comum em que se respeita o direto de outros, se praticam a empatia e se cultiva a sensatez.
Quando pensamos na Páscoa, seja ela cristã ou judaica, temos que tem em mente ainda o fato de que não se celebra apenas a liberdade ou a vitória sobre a morte. Podemos e devemos lembrar que essa é uma data que nos deve servir como um ponto de inflexão sobre nossas dificuldades e os obstáculos que todos têm para ultrapassar e seguir em frente.
Essa é uma lição realmente poderosa: nós precisamos ser firmes, coesos e solidários para vencer todas as barreiras que a vida nos impõe o tempo todo. Esse é realmente um sentido para a Páscoa e vale pouco celebrar a data se não temos essa compreensão.
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Álvaro Mota
É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
