Na semana santa, em que se celebra a Páscoa de Cristo, com grande alegria, recebi um presente bastante adequado à época: o livro “Pontes, diálogos e partilha”, do padre Tony Batista. O título faz jus à obra que reúne textos deste que é certamente um dos mais conhecidos e respeitados clérigos católicos do nosso Estado, considerando a atual e épocas pretéritas.
O prazer de receber um livro com dedicatória do autor aumenta na medida da importância da obra para nossa orientação, ampliando-se também pelo fato de ter sido recebido dele a primeira eucaristia, criando um laço de afinidade que se estendeu pela vida. Durante anos assisti às missas na Paróquia de Fátima e agora as assisto na Paróquia de São José, sempre com as palavras de sabedoria do Padre Tony.
Seu livro com suas 396 páginas pode ser lido todo, em partes, revisitado sempre que possível, servindo-nos de uma fonte de consultas para quando precisamos de um bom conselho. Como bem diz a jornalista Cláudia Brandão ao apresentar a obra, trata-se de “oportunidade de conhecer mais ainda a grandiosidade e os mistérios do amor de Deus, o silêncio obediente e confiante de Maria - a mãe do Belo Amor, a simplicidade edificante de José e, ainda, de questionar-se sobre as injustiças do mundo e trabalharmos todos juntos para a construção de uma sociedade sem divisões, onde prevaleça o amor, somente o amor”.
Essa possibilidade citada por Cláudia Brandão poderá ser percebida ao longo dos oito capítulos da obra, na leitura de variados textos, como em “Tolerância e convivência”, na página 339, em que o autor alude ao fato bastante cristalino de que “o mundo requer de nós uma atitude tolerante”, mas pensa que se nós não conseguimos por nós mesmos caminhar nesta direção, “podemos ter a tolerância como dom de Deus e responsabilidade humana. Assim, pela virtude da tolerância podemos conviver harmoniosamente com os outros, evitando brigas e reprovações contínuas.”
A tolerância que o autor coloca como obra divina que se faz também pela vontade humana somente se pode consolidar por outra ação de Deus e dos homens, que é a do “Diálogo” (página 191), o qual sendo dom de Deus e humana, deve ser buscado, exercitado, sofrido e experimentado. Isso significa que o diálogo somente se dá de modo satisfatório se houver “o silêncio reverente diante do outro” e a “a escuta prazerosa do que o outro me diz”.
Em somente duas leituras do livro, com efeito, a gente se depara com a grandiosidade do pensamento de Tony Batista, muito influenciado por sua fé, mas, sobretudo, baseado nas suas vivências. Assim, a leitura de “Pontes, diálogos e partilha” faz-se mais que prazer: é um mecanismo de se chegar à sabedoria inspirada em Deus.