Hoje completam-se 92 anos que, em uma sala da Faculdade de Direito do Piauí, fundou-se a Ordem dos Advogados do Brasil em nosso Estado. É possível que os quinze advogados que iniciaram essa longa caminhada, entre os quais meu avô, o Desembargador João Osório Porfírio da Motta, primeiro presidente da OAB-PI, não tivessem a dimensão gigantesca do ato fundacional da entidade.
Quando, daqui, olhamos para trás, temos a sorte de poder contemplar a grandeza do que fizeram os fundadores da OAB-PI e dos que seguiram com a entidade ao longo de nove décadas. Fizeram da Seccional Piauiense da Ordem dos Advogados do Brasil bem mais que uma representação corporativa da Advocacia: deram-lhe papel de permanente relevância na História, na manutenção e conservação do ordenamento legal, da institucionalidade, do Estado de Direito como uma conquista da cidadania.
A OAB-PI nascida discreta e modestamente, surgiu como uma semente capaz de gerar boa árvore e dar bons frutos. Quando hoje vemos a dimensão física da entidade, com grandes espaços físicos para dar suporte à atividade da Advocacia, para o estudo, para a assistência e o lazer, para a defesa permanente das prerrogativas, podemos consignar muito facilmente a existência de progresso.
O progresso físico decorrente de sucessivas gestões de lideranças que presidiram a OAB-PI é perceptível e digno de aplauso, mas muito mais relevante devem ser os avanços da entidade, que sempre esteve ombreada à sociedade contra o arbítrio, em favor do Estado de Direito e na intransigente defesa das prerrogativas das advogadas e dos advogados, mecanismo essencial às garantias civis pelas quais a Ordem sempre manteve luta e vigilância.
No correr de 92 anos, a Ordem não envelheceu, porque renova-se ao se abrir para novas demandas da sociedade, para os avanços civilizatórios decorrentes de mudanças nas mentalidades sociais, que se surgem ou são impulsionadas por transformações de natureza socioeconômica, cultural e geracional.
Neste sentido, convém perceber, sem embargo de tradições e valores firmemente fincados em sua história, a OAB-PI siga como um farol a nos permitir ver adiante e mais longe, se não para enxergar o futuro, para inventá-lo de uma maneira capaz de garantir liberdades civis, direitos e garantias individuais, respeito e tolerância, como convém no Estado de Direito, pedra de toque da atuação da Seccional, que tem felizmente ido para além da pura e simples ação corporativa, fazendo a defesa dos interesses públicos.