Conciso

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Deixemos o discurso simplista

Domingo - 13/08/2017 às 14:08



Foto: Divulgação Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro

Se há algo, de minha parte, passível de revolta são aquelas soluções que muitos acham fáceis ou simples e na verdade não são. Um exemplo: quando se é estudante e encarando uma prova de conhecimento, a preparação é fundamental para o êxito. Os responsáveis, aqueles comprometidos seriamente, passaram horas sentados à mesa buscando aprender o conteúdo, em detrimentos daqueles não tão conscientes que buscam uma saída mais simples, a chamada cola.

Nunca se deve encarar um problema de raiz complexa como algo simples de resolver. O caso em questão, àqueles a utilizar a “cola” poderão temporariamente livrar-se daquela situação, mas no futuro o conhecimento será cobrado e o mesmo não encontrarão saída mais fácil.

Peguemos, então, a situação da segurança pública de nosso meio. Existindo os especialistas a soltarem o seu “bandido bom é bandido morto” ou “só dar uma arma para o cidadão de bem e quero ver alguém ter coragem”. Sinceridade, esse tipo de argumento é até audível, mas não é mesmo a resolução para extirpar ou ao menos diminuir a sensação de insegurança a assolar boa parte das pessoas.

Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 144, é dever do Estado garantir a segurança de todos, é esse mesmo ente o primeiro a ser cobrado quando o crime acontece e devendo receber esse ônus da população. Afinal se não cumpre com sua competência deve responder ao contribuinte que espera ver o retorno de seus impostos.

Uma solução concreta e mais pragmática é garantir às pessoas o essencial para seu bem estar, tais como: alimentação, moradia, educação e saúde. No Brasil, o Estado também desempenha todas essas competências fundamentais para a cidadania e, quando não bem atendidas, aumentam consideravelmente os números de criminalidade. Os dados mostram essa relação. Revelando, desta forma, a demagogia existente no discurso simplista.

Essa discussão é importante devido, também, ao crescimento preocupante de um pré-candidato à presidência da república. O referido levanta toda essa baboseira sem fundamentação alguma, sequer toca nos outros pontos elementares para isso e alcançando a simpatia de muitos incautos . Seu discurso é vazio e demonstra uma total incapacidade para o cargo que almeja chegar.

Para esse pré-candidato, o “cidadão de bem” (branco, hétero e classe média) deve ser protegido dos bandidos (no caso os negros, pobres e favelados). Em qualquer entrevista ou aparição pública, esse sujeito não perde a oportunidade de mostrar suas ideias arcaicas e retrógadas. De certo que esse tipo de político desencadeará uma guerra civil, não amenizará a insegurança e, de certa forma, trará ainda mais instabilidade a todos no convívio social.

Espero até a chegada do pleito eleitoral do próximo ano que a maioria das pessoas simpatizantes a esse sujeito tenham mais discernimento, pois de “salvadores” como o deputado Jair Bolsonaro a história mostra os péssimo resultados.

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Joaquim Lourenço

Joaquim Lourenço

Joaquim Lourenço é licenciado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e advogado pela FAP Mauricio de Nassau

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