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Artigo Joaquim Lourenço: A difícil e corajosa escolha pela honestidade


Teori Zavascki

Teori Zavascki Foto: News Summed Up

“O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios” 1Timoteo 4:1

Certa vez estava em São Luís do Maranhão fiquei sabendo de uma execução feita a um delegado de polícia. De pronto, perguntei ao amigo de lá se ele conhecia esse caso e por quais motivos levaram ao crime. Ele respondeu claramente: esse delegado não era envolvido com a máfia, era correto. Não tenho informações como fora a elucidação desse caso, pode ser que meu amigo estivesse enganado em seu ponto de vista e o delegado o mais corrupto de todos.

Faz-se lembrar de outro assassinato, desta vez em 1999. O juiz da Vara de Família e Sucessões de Mato Grosso, Leopoldino Marques do Amaral, após denunciar um suposto esquema de vendas de sentenças no Judiciário daquele Estado, morreu com disparos de dois tiros na cabeça. Fato inconteste o de ir contra os criminosos, mesmo surgindo suspeitas desfavoráveis a ele.

Mais recentemente o caso do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki. Prestes a denunciar um dos maiores esquemas de corrupção da República, o avião de pequeno porte no qual estava sofre uma queda matando a todos. As investigações estão a passos muito lentos, sendo que o delegado responsável também foi morto de forma muito suspeita.

Em Teresina, um crime bárbaro chocou a todos. Um jovem, funcionário de um grande grupo empresarial local, depois de desaparecido alguns dias, fora encontrado já em estado de decomposição e seu veículo totalmente queimado. As autoridades estão investigando para saber quais circunstâncias levaram a essa ocorrência e uma das hipóteses vem a ser a descoberta, por parte da vítima, de um esquema de roubo na empresa e o mesmo já estava com material comprobatório para denunciar. Mas, como ressaltado anteriormente, são hipóteses.

Esses fatos dão-nos a impressão de que as vítimas pagaram um preço por buscaram agir de forma correta, contra o sistema e pagaram caro por isso.

Aécio Neves, o segundo colocado na eleição presidencial de 2014 e afastado de suas funções no Senado, contém uma gama de provas robustas que podemos (des)classificá-lo - sem receio algum de errar - como um dos piores bandidos pertencente ao quadro político. Em uma das gravações, ele declara, com palavreado chulo, sem escrúpulo algum “tem que ser uma que a gente mate antes”.

Essas e outras declarações desse que poderia ser o Presidente da República não trouxe muitas surpresas, chocou àqueles realmente interessados na boa política. Mas, em outra gravação, o senador, tão bandido quanto, líder do atual governo, Romero Jucá, destrinchou com detalhes a quadrilha que viria a usurpar o poder para “estancar a sangria” e que Aécio seria “o  primeiro a ser comido”. Então, surpreendeu-se quem é ingênuo ou alienado.

Percebem-se então as vantagens advindas de quem faz parte do esquema e os riscos a ocasionar àqueles que optaram por não seguir no crime.

O grande problema dessa atualidade é a de que ser ético não é sinônimo de grandeza e portar-se de forma correta pode trazer prejuízos. A essência disso, seria aquela máxima de Dom Corleone, no clássico O Poderoso Chefão: “ser honesto nesse meio é muito perigoso”? Mesmo com todos esses revés, ainda acredito valer a o sacrifício.

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Joaquim Lourenço é licenciado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e advogado pela FAP Mauricio de Nassau
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