Saúde

CALAZAR

Mais de 550 teresinenses tiveram leishmaniose nos últimos cinco anos; veja como prevenir

Durante esse período, 20 pessoas morreram em decorrência da doença na capital piauiense

Natalia Costa - Repórter

Quarta - 20/08/2025 às 16:18



Foto: Agência Brasil Pele contaminada por leishmaniose
Pele contaminada por leishmaniose

Nos últimos cinco anos, foram registrados 554 casos de leishmaniose em humanos e 20 mortes em Teresina. Uma média anual de aproximadamente 111 casos por ano. Os dados foram repassados pela Diretoria de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde (FMS). 

Neste mês, é celebrado o Agosto Verde, uma campanha que busca conscientizar a sociedade sobre o impacto da leishmaniose na saúde pública e no bem-estar animal.  

O veterinário Márcio Ricardo, explicou que existem duas formas da doença: leishmaniose tegumentar e a visceral. A leishmaniose tegumentar afeta a pele e as mucosas, como nariz e boca. 

Os principais sintomas são as lesões na pele, que geralmente começam como pequenas bolhas e evoluem para feridas que não cicatrizam facilmente.

Já a leishmaniose visceral é a forma mais grave da doença. O parasita ataca os órgãos internos (ou vísceras), como o baço, o fígado e a medula óssea. “Os sintomas são mais sistêmicos, incluindo febre prolongada, perda de peso, fraqueza, inchaço da barriga e anemia. Se não for tratada a tempo, pode ser fatal, tanto em cães quanto em humanos”, destacou.

Segundo o veterinário, a leishmaniose tegumentar é uma "doença de fora", que causa lesões visíveis na pele, enquanto a leishmaniose visceral é uma "doença de dentro", que ataca os órgãos internos e, por isso, é mais perigosa.

É uma doença infecciosa causada por protozoários, transmitidos pela picada da fêmea do mosquito-palha. A transmissão ocorre quando esse mosquito pica um animal doente e depois pica o ser humano, explicou o Diretor de Vigilância em Saúde da FMS, Walfrido Salmito.

A principal forma de prevenção é evitar a proliferação do inseto. A FMS recomenda o uso de telas em portas e janelas, mosquiteiros, repelentes e manutenção da limpeza dos ambientes. Também é importante observar sinais de doença em cães domésticos, como fraqueza, perda de peso e queda de pelos.

Teste rápido para Leishmaniose Visceral em Teresina

A FMS anunciou o Plano de Ação que inclui a introdução de testes rápidos para diagnóstico da Leishmaniose Visceral, conhecida como Calazar. A nova tecnologia já está disponível para a população no Hospital do Parque Piauí e será expandida, a partir de setembro, para hospitais municipais, UPAS e UBS selecionadas. 

Para ter acesso ao teste rápido do calazar no Hospital do Parque Piauí, basta que as pessoas na faixa etária de 0 a 14 anos que apresentem sintomas como febre, perda de peso, anemia e aumento da barriga, sinais que podem indicar o comprometimento do fígado e do baço, se dirijam ao local. Em caso de resultado positivo, o paciente é encaminhado para tratamento na rede pública de saúde.

Diante da suspeita de calazar em cães, a Gerência de Zoonoses atua como posto permanente de coleta de sangue para diagnóstico da doença. O atendimento é realizado todos os dias da semana, das 8h às 17h. Caso o exame confirme a presença do calazar, o tutor do animal pode optar entre realizar o tratamento por conta própria.

Fonte: FMS

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