
O deputado federal Merlong Solano afirmou, nesta terça-feira (9), em suas redes sociais, que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro representa uma chance única para o Brasil romper com um longo histórico de omissão e tolerância com líderes golpistas. Em suas declarações, o parlamentar defendeu uma punição rigorosa como forma de evitar novas tentativas de ruptura democrática no futuro.
Solano argumenta que a impunidade e as anistias concedidas a agentes golpistas no passado são o combustível que alimenta ciclos de ataques à ordem democrática. “Nossa história tem sido pródiga em golpes militares. Muitos deles foram bem-sucedidos, enquanto outros fracassaram. Até hoje, há um ponto comum entre os golpes vitoriosos e os derrotados: a anistia, que joga tudo debaixo do tapete, como se nada tivesse acontecido”, declarou.
O deputado fez um alerta sobre as consequências de não se responsabilizarem os envolvidos. “Livres, os golpistas podem usar o aprendizado do golpe fracassado para tentar outro golpe mais à frente. Isto já aconteceu antes. Um exemplo: os militares que derrubaram Getúlio [Vargas] em 1954 foram os mesmos que tentaram impedir a posse de JK [Juscelino Kubitschek] e depois derrubaram Jango [João Goulart] em 1964”, ressaltou, traçando um paralelo histórico para ilustrar seu ponto.
Para Merlong Solano, o momento atual é crucial. Ele enfatizou que o processo contra Bolsonaro e seus aliados é uma oportunidade histórica para o país encerrar uma cultura de tolerância e omissão diante de agentes públicos, empresariais, militares e civis que se rebelam contra a democracia sempre que os resultados eleitorais lhes são desfavoráveis.
A defesa por uma punição exemplar vai ao encontro do debate sobre a necessidade da prestação de contas para fortalecer as instituições e enviar uma mensagem clara de que tentativas de golpe não serão esquecidas ou perdoadas.
Julgamento
O Supremo Tribunal Federal retomou nesta terça-feira (09/09), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de estado e outros crimes contra a democracia brasileira.
No momento o julgamento está na fase de votação dos cinco ministros da Primeira Turma do STF, responsável analisar a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República contra os réus. Os ministros Alexandre Moraes, relator do processo, e Flávio Dino votaram pela condenação de todos os réus. A votação será retomada nesta quarta-feira (10/09), às 9 horas.
