Política

JULGAMENTO

STF forma maioria para descriminalizar maconha para uso pessoal

Toffoli voltou a defender que é constitucional o artigo da Lei de Drogas que trata da conduta de portar substâncias entorpecentes para consumo próprio

Da Redação

Terça - 25/06/2024 às 16:42



Foto: Divulgação STF retoma julgamento sobre descriminalização da maconha
STF retoma julgamento sobre descriminalização da maconha

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu nesta terça-feira (25) não considerar o porte de maconha para uso pessoal como crime. O julgamento sobre o caso foi retomado na tarde de hoje.

Dias Toffoli, logo no início da sessão , complementou seu voto da semana passada e declarou que "há seis votos pela descriminalização". Foram seis votos favoráveis e três contrários.

"O voto é claro no sentido de que nenhum usuário de nenhuma droga pode ser criminalizado", declarou o magistrado.

Toffoli voltou a defender que é constitucional o artigo da Lei de Drogas que trata da conduta de portar substâncias entorpecentes para consumo próprio. A preocupação dele é de que, ao conferir interpretação ao porte de maconha, que se entenda que os usuários de outros tipos de drogas cometem crime.

Entretanto, o ministro concluiu que o Supremo precisa evoluir no seu entendimento e passar a considerar que a conduta é um ato ilícito administrativo que, se cometido, sujeita a pessoa às sanções que já estão na lei. Entre elas, a advertência sobre os efeitos das drogas; a prestação de serviços à comunidade; a medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

Ou seja, o ministro entende que o ato é válido e não tem mais efeitos penais. E que o Supremo não precisa conferir uma intepretação ao artigo, já que o próprio legislador, ao não prever pena, teria optado pela descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal. Toffoli considera que, apesar de casos deste tipo ainda permanecerem na Justiça criminal, isso não traz efeitos penais para a conduta do porte de drogas.

Quanto à diferenciação entre usuários e traficantes, o ministro considerou que a distinção baseada apenas na quantidade pode não ser suficiente para tratar da questão. Ele, portanto, não fixa a quantidade.

Por isso, votou para que o Congresso Nacional estabeleça as medidas para mudar a política de repressão ao tráfico de drogas e ao tratamento dos usuários com enfoque em saúde e recuperação.

Fonte: G1

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