O renomado intérprete da Beija-Flor de Nilópolis, Neguinho da Beija-Flor, está sendo cotado como possível candidato ao Senado Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 2026. A articulação política é liderada pelo vice-presidente nacional da legenda, Washington Quaquá, e foi revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A possível candidatura faz parte de uma estratégia do PT para apresentar um nome popular e de grande apelo junto ao eleitorado fluminense, especialmente entre as camadas populares e o segmento cultural, como forma de enfrentar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que deve tentar a reeleição.
Dentro do partido, a ideia já vem sendo debatida com seriedade. Dirigentes petistas avaliam iniciar pesquisas de intenção de voto com o nome de Neguinho da Beija-Flor para analisar sua capacidade de transferência de votos, alcance popular e viabilidade eleitoral. Segundo Quaquá, a proposta tem recebido apoio considerável de seu grupo político dentro do PT do Rio de Janeiro.
Caso a candidatura de Neguinho avance, ela pode criar impasses internos, especialmente em relação à pré-campanha da deputada federal e ex-senadora Benedita da Silva, que também tem demonstrado interesse em disputar novamente uma vaga no Senado. O partido terá que lidar com essa disputa interna e avaliar qual nome representa maior potencial de vitória.
Uma relação de idas e vindas com o PT
Neguinho da Beija-Flor mantém uma relação antiga, mas marcada por altos e baixos, com o Partido dos Trabalhadores. Em 2009, chegou a convidar o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser padrinho de seu casamento, o que demonstrava sua proximidade com o petismo à época.
No entanto, essa relação sofreu um abalo anos depois, quando o sambista se envolveu em uma polêmica ao cantar uma paródia que fazia referência ao triplex no Guarujá, caso que resultou na condenação judicial de Lula. A atitude foi vista como um distanciamento político e causou desconforto entre membros do partido.
Mais recentemente, em 2022, Neguinho e Lula reconciliaram-se publicamente, o que reabriu portas para um eventual retorno do cantor ao cenário político como figura aliada ao PT.
Com uma carreira consolidada no samba e um nome fortemente associado à cultura popular brasileira, Neguinho da Beija-Flor pode representar uma aposta simbólica e estratégica do PT para se contrapor ao bolsonarismo no Rio de Janeiro — um estado historicamente desafiador para a esquerda.
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