Um grupo formado por 65 mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) denunciou ao deputado estadual Franzé Silva (PT) problemas no atendimento oferecido pela operadora Humana Saúde. Diante da situação, o parlamentar protocolou, nesta quinta-feira (2), requerimento à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) cobrando esclarecimentos. O documento também foi encaminhado ao Procon-PI e à própria operadora.
Segundo os relatos das mães, a Humana Saúde estaria substituindo psicólogos habilitados em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) por chamados “aplicadores ABA”, profissionais sem formação em Psicologia, sem registro em conselho de classe e restritos à execução de tarefas predefinidas. Para o parlamentar, a prática representa um grave retrocesso.
“Essa prática, além de tecnicamente incorreta, compromete a qualidade do tratamento, gerando descontinuidade e precarização do atendimento, rompe vínculos terapêuticos fundamentais e expõe as famílias a serviços de natureza precária, apesar das altas mensalidades pagas. Substituir psicólogos habilitados por aplicadores sem qualificação é um retrocesso perverso, pois compromete o desenvolvimento das crianças”, disse Franzé.
Ainda de acordo com o deputado, as mães também relataram pressões para assinar termos de anuência que mantêm o atendimento nessas condições, sob pena de perder a vaga e voltar para a fila de espera.
“Tal prática é abusiva e inaceitável, pois não se pode exigir das famílias a renúncia a um atendimento qualificado em troca da preservação de um direito essencial. Mesmo pagando mensalidades altas, estão sendo submetidas a um serviço ruim”, pontua.
Denúncias contra planos de saúde
Em março deste ano, o deputado Franzé Silva divulgou que, naquele período, havia recebido 106 denúncias relatando problemas com planos de saúde no Piauí, como cancelamento de atendimentos e terapias e descumprimento de decisões judiciais.
Fonte: Ascom Parlamentar
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