
O Brasil registra um grave cenário de intoxicações por metanol. Até a tarde desta quinta-feira (2), foram contabilizadas 59 notificações de casos, conforme informou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Destes, 11 casos já tiveram a presença de metanol confirmada por exames laboratoriais. A maioria dos registros está concentrada no estado de São Paulo.
Padilha informou ainda que uma morte foi confirmada por intoxicação de metanol após consumo de bebida adulterada. Outras cinco mortes estão sob investigação no estado.
Ações do Ministério da Saúde
Diante do aumento de casos, o Ministério da Saúde (MS) tomou medidas urgentes para garantir o tratamento e coordenar a resposta nacional:
Antídoto garantido: foi estabelecido um estoque de etanol farmacêutico (o antídoto imediato contra o metanol) nos hospitais universitários federais. O MS está em processo de compra de mais 4.300 ampolas para disponibilizar a qualquer centro de referência ou unidade de saúde que precise.
A Anvisa mapeou 604 farmácias no país que produzem o etanol farmacêutico. O órgão vai indicar farmácias de grande referência nas capitais para garantir o fornecimento rápido aos gestores de saúde.
Foi instalada uma "sala de situação" em Brasília para monitorar os casos e coordenar as ações entre os ministérios e as Secretarias de Saúde de São Paulo e Pernambuco.
Busca por novo antídoto: o ministro Padilha informou que o governo busca importar o fomepizol, um antídoto de manejo mais fácil para intoxicação por metanol que consta na lista de medicamentos essenciais da OMS, mas que ainda não está disponível no Brasil.
O perigo do metanol
O metanol é um álcool industrial altamente tóxico quando ingerido. No organismo, ele ataca o fígado e é convertido em substâncias que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até a morte. O etanol farmacêutico age como antídoto, competindo com o metanol no processo de metabolização. O ministro ressaltou que a utilização rápida deste antídoto é crucial para reduzir os efeitos, evitar sequelas e salvar vidas.
Ministro confirma intoxicação de rapper Hungria
O caso do rapper Gustavo da Hungria, 34 anos, que está internado no hospital DF Star, ainda é considerado suspeito de intoxicação por metanol, no entanto, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegou a confirmar, em coletiva de imprensa, que o músico conhecido como Hungria Hip Hop, está intoxicado pela substância. O artista foi internado às pressas pela manhã, no Hospital DF Star, em Brasília, com sintomas compatíveis com o consumo de metanol.
Conforme o ministro, a confirmação ocorreu após exames realizados na unidade hospitalar. “Com o fato de estar em Brasília, nossa equipe está acompanhando desde o início da internação. Nós já temos a confirmação de que foi detectada a presença de metanol no exame feito no hospital onde esse paciente foi internado”, afirmou.
Fonte: g1 e Metropóles