O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou oficialmente nesta segunda-feira (20) a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. A informação foi divulgada através de nota oficial da Presidência após um encontro entre Lula e o parlamentar.
Boulos, que era um dos principais nomes cotados para o cargo, substitui Márcio Macêdo, que estava à frente da pasta desde o primeiro dia do terceiro governo Lula. A nomeação será publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (21).
A nomeação representa uma movimentação política de peso no primeiro escalão do governo. Boulos foi um dos primeiros aliados a declarar apoio a Lula ainda durante a campanha eleitoral de 2022 e tem sido um forte defensor do governo no Congresso Nacional. Sua entrada para um ministério chave, que atua como um homem de articulação entre a Presidência e outros Poderes e a sociedade civil, sinaliza uma forte aproximação com o PSOL, partido que, até então, dava apoio crítico ao governo sem participar formalmente da base ministerial.
A saída de Guilherme Boulos da Câmara dos Deputados para o comando de uma secretaria com status de ministério é uma movimentação significativa para o PSOL no Congresso Nacional. Ele é uma das vozes mais proeminentes do partido na Câmara, onde é conhecido por sua atuação em pautas progressistas e pela forte oposição ao governo anterior de Jair Bolsonaro.
Sua ida para o governo fortalece os laços entre o Planalto e a esquerda parlamentar, mas também abre uma vaga na bancada do PSOL, que perde um de seus deputados federais mais visíveis e influentes.
Quem é Guilherme Boulos
Para além da atuação parlamentar recente, a trajetória de Guilherme Boulos é marcada por seu ativismo social. Nascido em São Paulo em 1982, Boulos é formado em Filosofia e Psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP).
Sua projeção nacional começou como coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), onde se tornou uma das principais lideranças na luta por moradia e reforma urbana. Sua atuação no movimento o colocou no centro de debates políticos e manifestações por todo o país.
Sua estreia em eleições majoritárias foi em 2018, quando concorreu ao governo de São Paulo pelo PSOL, ficando em quarto lugar. Dois anos depois, em 2020, foi candidato a prefeitura de São Paulo, chegando ao segundo turno e sendo derrotado por Bruno Covas. Sua eleição para a Câmara Federal em 2022, com uma votação expressiva, consolidou sua transição do ativismo para um cargo eletivo de grande relevância.
O encontro que selou a nomeação também contou com a presença de ministros importantes do governo, como Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social), evidenciando a importância estratégica da mudança.
Fonte: Agência Brasil
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