
O ex-ministro e ex-deputado federal José Sarney Filho, o Zequinha Sarney, recebeu uma transferência de R$ 7,5 milhões de um dos principais investigados na "Farra do INSS", o empresário Maurício Camisotti. A informação foi revelada pelo portal Metrópoles e consta em um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), recebido pela CPMI do INSS no Congresso Nacional. O relatório não detalha a razão do pagamento.
Detalhes da transferência milionária
O montante exato transferido foi de R$ 7.566.054,15.
O dinheiro saiu da Rede Mais Saúde Ltda., uma das empresas de Camisotti, e foi para a SF Consulting Serviços Ltda., de propriedade de Zequinha Sarney.
O depósito ocorreu em 17 de março deste ano, semanas antes da deflagração da Operação Sem Desconto da Polícia Federal (23 de abril).
O RIF do Coaf aponta que a empresa que pagou Zequinha Sarney era abastecida por entidades de fachada de Camisotti, que seriam as responsáveis pelos descontos ilegais em benefícios de aposentados. "Suspeitamos que a empresa (Rede Mais Saúde) é utilizada para blindagem do patrimônio da família Camisotti, sendo possivelmente abastecida por verbas oriundas do esquema de descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados", diz um trecho do documento.
A SF Consulting, empresa receptora, foi aberta em março de 2023 e tem Zequinha Sarney como único proprietário.
Quem é Zequinha Sarney e o investigado
Zequinha Sarney é filho do ex-presidente José Sarney. Foi deputado federal por nove mandatos e exerceu o cargo de Ministro do Meio Ambiente em governos anteriores. Recentemente, ele comandou a mesma pasta no Governo do Distrito Federal (2019-2023).
Maurício Camisotti é considerado peça-chave na Farra do INSS. Dono de diversas empresas de seguros e planos de saúde, ele foi preso pela Polícia Federal em 12 de setembro e teve sua oitiva na CPMI do INSS aprovada. A PF apurou que Camisotti controlava três entidades que, juntas, teriam movimentado mais de R$ 1 bilhão desde 2021 no esquema de descontos fraudulentos.
Fonte: Metrópoles