
O Governo Federal busca agilizar a análise do projeto de mudanças no Imposto de Renda (IR) no Senado, após a aprovação unânime da proposta na Câmara dos Deputados, que contou com 493 votos favoráveis e nenhum contrário. A expectativa do Palácio do Planalto é que o placar expressivo sirva de incentivo para evitar resistência na Casa Alta.
A proposta, enviada ao Congresso em março, passou por quase sete meses de discussões na Câmara e prevê ampliar a faixa de isenção do IR para trabalhadores com rendimentos de até R$ 5 mil mensais, ante os atuais R$ 3.036. Além disso, a medida estabelece descontos progressivos para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Para compensar a renúncia fiscal, o projeto cria uma alíquota mínima de 10% para rendimentos acima de R$ 50 mil mensais, atingindo cerca de 140 mil contribuintes de maior renda.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, demonstrou confiança na tramitação do Senado e destacou a postura do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), indicando que a receptividade ao projeto tende a seguir o mesmo caminho da Câmara. Até o momento, ainda não foi definido relator no Senado, mas o governo aposta em uma tramitação sem maiores obstáculos, reforçada pelo histórico de aprovação de projeto semelhante na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa.
Segundo o jornal O Globo, a movimentação recente na CAE, conduzida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), teve como objetivo pressionar a Câmara a avançar na pauta, retomando trechos de um projeto de 2019 do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Agora, o governo espera que o Senado conclua a análise do texto até dezembro, garantindo que as mudanças possam valer já para a declaração do IR de 2026.
Fonte: O Globo, Brasil 247