Política

DISURSO HISTÓRICO

Lula é aclamado na ONU ao criticar extrema direita e sanções dos EUA

Lula fez um discurso histórico na abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas

Da Redação

Terça - 23/09/2025 às 10:47



Foto: Canal Gov Presidente Lula abre 80ª Assembleia-Geral da ONU em Nova York
Presidente Lula abre 80ª Assembleia-Geral da ONU em Nova York

Na abertura da 80ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso contundente contra o que classificou de sanções unilaterais e o crescimento do autoritarismo no mundo. Lula iniciou seu discurso por volta das 10h48 (horário de Brasília), nesta terça-feira (23).

Lula criticou duramente a extrema direita mundial e fez referência direta às recentes retaliações do governo dos Estados Unidos, que incluem tarifas de 50% sobre exportações brasileiras e sanções contra membros do governo e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o presidente, tais medidas configuram "atentados à soberania" e evidenciam uma crise do multilateralismo e enfraquecimento das instituições democráticas. Lula reafirmou que o Brasil resistirá a qualquer ataque ou tentativa de interferência externa.

“O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade desta organização [ONU] está em xeque. Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões a política do poder, atentados à soberania, sanções arbitrárias. E intervenções unilaterais estão se tornando regra.  Existe um evidente paralelo entre a crítica do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia. O autoritarismo se fortalece. Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, soberania e direito, as consequências são trágicas", declarou Lula.

Em sua fala, o presidente também denunciou a cultura de violência promovida pelo bolsonarismo e pela extrema direita global, mencionando indiretamente figuras como o deputado Eduardo Bolsonaro ao falar de "falsos patriotas" que atentam contra o país.

"Em todo o mundo, forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades. Cultuam a violência, exaltam a ignorância, atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa. Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender a democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo, depois de duas décadas de governos ditatoriais. Não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e economia. A agressão contra a independência do poder judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade. Há poucos dias e pela primeira vez em quinhentos e vinte e cinco anos de nossa história, um ex-chefe de estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. Foi investigado, indiciado e julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa prerrogativa que as ditaduras negam as suas vítimas", afirmou.

Aclamado pela plateia

Ao se referir ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como "candidato a autocrata", Lula foi aclamado pela plateia, reforçando sua mensagem de que a soberania e a democracia brasileiras não estão em negociação.

"Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis", concluiu o presidente.

Veja o discurso na íntegra:


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