Política

CRÍTICAS

Hugo Motta critica Lula por discurso restrito e diz que Câmara reage aos excessos do STF

Novo presidente da Câmara destacou necessidade de pragmatismo no governo e defendeu transparência nas emendas parlamentares

Da Redação com informações do Brasil 247

Sexta - 07/02/2025 às 08:11



Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil Hugo Motta critica Lula por falar para
Hugo Motta critica Lula por falar para "bolha" e diz que pautas contra o STF na Câmara são reação a "exageros" da Corte

Em entrevista ao jornal O Globo, o recém-eleito presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), expressou preocupações sobre a abordagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao discurso político e à gestão econômica. Motta afirmou que Lula "não pode ficar refém de ideologias" e que é essencial adotar uma postura mais pragmática na administração federal. Ele comparou a postura de Lula à do ex-presidente Jair Bolsonaro, sugerindo que ambos se dirigem apenas a seus respectivos grupos de apoio, o que pode levar a erros de gestão.

O parlamentar também abordou o impasse sobre as emendas parlamentares suspensas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Motta propôs que as regras de transparência previstas para 2025 sejam antecipadas para as emendas indicadas e empenhadas em 2024, visando destravar os recursos e garantir a governabilidade. Ele enfatizou que "os deputados precisam das emendas para justificar apoio a pautas difíceis".

Sobre a relação entre os Poderes, Motta criticou o que considera "exageros" do STF nos últimos anos e afirmou que propostas na Câmara que buscam limitar o poder da Corte são reações a essas intervenções. Ele ressaltou que "o Congresso jamais se ajoelhará ao Supremo" e defendeu a autonomia do Legislativo.

Na esfera econômica, o presidente da Câmara avaliou que o governo tem "vacilado" em decisões cruciais, especialmente no controle de gastos públicos. Ele alertou para a necessidade de responsabilidade fiscal, destacando que o problema não está apenas na arrecadação, mas também na gestão dos gastos. Motta demonstrou ceticismo em relação à proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil sem um planejamento que compense a perda de receita, questionando as possíveis consequências para a estabilidade fiscal.

Além disso, Motta elogiou a agenda econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas observou que ele "fica vencido na decisão política tomada pelos ministros do Palácio e, claro, pelo presidente". Ele defendeu que o governo priorize resultados concretos em vez de discursos ideológicos, buscando uma gestão mais eficiente e alinhada às necessidades do país.

Essas declarações de Hugo Motta refletem os desafios e prioridades do novo comando da Câmara dos Deputados, que busca equilibrar a relação entre os Poderes e promover uma gestão pública mais transparente e responsável.

Fonte: Brasil 247

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