
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que eleva para 50% a tarifa sobre produtos importados do Brasil. A medida, anunciada pela Casa Branca, acrescenta uma taxa extra de 40% e entra em vigor em sete dias.
Ficam de fora da nova alíquota determinados alimentos, como suco de laranja, minérios, produtos de energia e itens da aviação civil, entre outros.
Segundo o governo americano, a decisão foi tomada para reagir a “políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”, diz trecho do documento.
Apesar disso, o decreto não menciona diretamente o comércio bilateral, nem faz referência a superávit, déficit ou volume de trocas comerciais entre os dois países.
Inicialmente anunciada em 9 de julho, a tarifa é a mais alta já imposta a um país exportador para os EUA. Trump justifica a sobretaxa apontando os “ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”.
O comunicado também cita o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e acusa o governo brasileiro de “perseguição, intimidação, assédio, censura e acusações politicamente motivadas”, classificando essas ações como graves violações aos direitos humanos.
Trump diz que o governo está fazendo perseguição com Bolsonaro (Foto: reprodução)
Um dos alvos diretos é o ministro Alexandre de Moraes, citado nominalmente por Trump. Ele também acusa Moraes de censurar opositores e empresas norte-americanas, além de ter congelado os bens de uma companhia dos EUA como forma de coerção.
A nova tarifa afetará produtos como o etanol, cuja taxa passará de 2,5% para 52,5% a partir de agosto. A cobrança será aplicada a mercadorias registradas ou retiradas de armazém para consumo após 12h01 (horário de verão do leste dos EUA), conforme determina a legislação americana (50 U.S.C.).