
O ex-secretário da Receita Federal, Júlio Cesar Vieira Gomes, confirmou ter tido conversas diretas com Jair Bolsonaro (PL) sobre a possibilidade de liberar as joias presenteadas pela Arábia Saudita, que haviam sido apreendidas no aeroporto de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Segundo investigadores, uma quantia de R$ 6,8 milhões foi desviada do esquema de venda ilegal desses bens, que, por lei, deveriam pertencer ao Estado brasileiro e não poderiam ser incorporados ao patrimônio pessoal.
De acordo com informações publicadas no jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira (9), o primeiro encontro entre o ex-chefe da Receita e Bolsonaro ocorreu pessoalmente na primeira quinzena de dezembro de 2022, possivelmente no Palácio do Planalto, onde fica o gabinete presidencial em Brasília (DF). A segunda interação foi um telefonema em 27 de dezembro.
Na transcrição do depoimento feito pela Polícia Federal, após a reunião, o presidente da República questionou o declarante sobre qualquer apreensão da Receita Federal relacionada a uma viagem à Arábia Saudita. O declarante respondeu que não tinha conhecimento, mas que iria pesquisar. Posteriormente, ao retornar ao gabinete da Receita Federal, solicitou a um servidor não especificado que verificasse a existência dessa apreensão e os detalhes relacionados.
A Polícia Federal alegou que havia uma “associação criminosa voltada para a prática de desvio de presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro e/ou por comitivas do governo brasileiro, que atuavam em seu nome durante viagens internacionais”.
Fonte: Brasil 247