
O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi afastado do cargo nesta quarta-feira (3) por decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), após investigações da Polícia Federal apontarem suspeitas de desvio de recursos públicos durante a pandemia de Covid-19. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 73 milhões.
Primeira-dama também foi afastada de cargo do governo
A secretária de Participações Sociais do Estado, Karynne Sotero, esposa de Barbosa, também foi afastada da função. Ambos são alvos de uma operação da PF que apura, sob sigilo, fraudes ocorridas entre 2020 e 2021, período em que o país enfrentava estado de emergência em saúde pública.
De acordo com a Polícia Federal, há “fortes indícios” de que o grupo se aproveitou da situação emergencial para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas. As investigações indicam que o dinheiro desviado teria sido utilizado na compra de imóveis de alto padrão, aquisição de cabeças de gado e pagamento de despesas pessoais dos envolvidos. A decisão determina o afastamento do casal dos cargos públicos por um prazo inicial de seis meses.
Em nota, o governador classificou a medida como “precipitada” e afirmou que recorrerá da decisão. Ele também declarou que os pagamentos sob investigação ocorreram durante a gestão anterior, quando exercia o cargo de vice-governador e, segundo ele, não era o ordenador de despesas.
Confira na íntegra a nota do governador
Recebo a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com respeito às instituições, mas registro que se trata de medida precipitada, adotada quando as apurações da Operação Fames-19 ainda estão em andamento, sem conclusão definitiva sobre qualquer responsabilidade da minha parte. É importante ressaltar que o pagamento das cestas básicas, objeto da investigação, ocorreu entre 2020 e 2021, ainda na gestão anterior, quando eu exercia o cargo de vice-governador e não era ordenador de despesa.
Reforço que, por minha determinação, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e a Controladoria-Geral do Estado (CGE) instauraram auditoria sobre os contratos mencionados e encaminharam integralmente as informações às autoridades competentes.
Além dessa providência já em curso, acionarei os meios jurídicos necessários para reassumir o cargo de Governador do Tocantins, comprovar a legalidade dos meus atos e enfrentar essa injustiça, assegurando a estabilidade do Estado e a continuidade dos serviços à população.