
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou nos últimos dias suas ações junto ao governo dos Estados Unidos para ampliar sanções financeiras contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, incluindo sua esposa, Viviane Barci de Moraes, e possivelmente os filhos do casal.
Segundo relatos de interlocutores bolsonaristas ao jornal O Globo, as medidas adicionais podem ser anunciadas já nesta quinta-feira (4), ou durante o julgamento final de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus no caso da trama golpista, iniciado na última terça-feira (2).
Eduardo Bolsonaro tem encontro marcado nesta quarta-feira (3) com autoridades da Casa Branca. Nos últimos dias, ele e o ex-apresentador da Jovem Pan, Paulo Figueiredo, reforçaram a aproximação com o governo Trump, buscando pressionar a administração americana a estender as restrições contra Moraes. A estratégia, de acordo com aliados, se baseia na ideia de que o patrimônio do magistrado está ligado à família, e que a inclusão de Viviane e dos filhos seria essencial para que as sanções tenham efeito completo.
“A única forma de impedir que Moraes contorne as sanções dos Estados Unidos seria incluir Viviane e seus filhos na lista de alvos”, afirmam interlocutores bolsonaristas ouvidos pelo jornal.
Alexandre de Moraes já foi incluído na lista de sanções do Office of Foreign Assets Control (Ofac) no final de julho, o que resultou no cancelamento de seus cartões de crédito internacionais e levantou preocupações sobre a possibilidade de bancos brasileiros restringirem serviços financeiros ligados ao ministro. Caso a esposa e os filhos do magistrado também sejam incluídos, isso poderia impactar severamente as atividades comerciais do escritório de Viviane, especialmente nas áreas de direito empresarial e relações governamentais.
O escritório da advogada, que conta com dois dos filhos do ministro, Alexandre e Giuliana, já esteve envolvido em processos relacionados a ações hostis contra Moraes, como o episódio ocorrido no aeroporto de Roma em julho de 2023. A extensão das sanções para Viviane e sua família tem sido adiada até o momento, possivelmente como parte de uma estratégia para ampliar a pressão sobre o Supremo antes de outras autoridades da Corte, como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, serem afetadas.
Aliados de Bolsonaro pretendem utilizar o Magnitsky Act, lei norte-americana que permite sanções a indivíduos ligados a abusos de direitos humanos ou corrupção, para alcançar também Viviane e seus filhos.
O governo americano justificou as sanções citando o processo contra Jair Bolsonaro relacionado a uma tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente Donald Trump classificou as ações como uma “caça às bruxas” e chegou a solicitar o encerramento imediato do julgamento, posição que nunca foi considerada pelo STF. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, defende a implementação de uma “anistia ampla, geral e irrestrita”, como forma de reduzir as tensões diplomáticas e derrubar tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Fonte: Brasil 247