
“Setores da sociedade favoráveis à saída de Dilma, antes apoiadores do impeachment, agora pedem sua renúncia. Evitam, assim, o constrangimento de respaldar uma ação ‘indevida, ilegal e criminosa’. Ao editorial da Folha de S.Paulo publicado neste domingo (3), fica a resposta da presidenta: ‘jamais renunciarei’”, diz a publicação. O jornal nega que tenha defendido o impeachment de Dilma.
No editorial – excepcionalmente publicado na primeira página – o jornal defende a convocação de novas eleições. Para isso, é preciso que Dilma e seu vice, Michel Temer renunciem. “Enquanto Dilma Rousseff permanecer no cargo, a nação seguirá crispada, paralisada. É forçoso reconhecer que a presidente constitui hoje o obstáculo à recuperação do país”, diz o texto.
“Mesmo desmoralizado, o PT tem respaldo de uma minoria expressiva; o impeachment tenderá a deixar um rastro de ressentimento. Já a renúncia traduziria, num gesto de desapego e realismo, a consciência da mandatária de que condições alheias à sua vontade a impedem de se desincumbir da missão.
A mesma consciência deveria ter Michel Temer (PMDB) que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade. Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais e tirar o país da estagnação”, continua o editorial, que também lembra que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o terceiro na linha sucessória e faz críticas ao peemedebista. “Imprescindível, antes, que a Câmara dos Deputados ou o Supremo Tribunal Federal afaste de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha – o próximo na linha de sucessão -, réu naquela corte e que jamais poderia dirigir o Brasil nesse intervalo”.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, também comentou o editoria do jornal. Em nota Edinho afirmou que “infelizmente, o editorial da Folha neste domingo, publicado semanas antes da deliberação da Câmara dos Deputados sobre o ilegal processo de impeachment da presidente Dilma, engrossa o coro daqueles que não aceitam o resultado legítimo das urnas, daqueles que querem golpear a jovem democracia brasileira”.
A assessoria de Michel Temer e de Eduardo Cunha informaram que não iriam comentar o conteúdo do editorial.
Fonte: Congresso em foco