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Ciro Nogueira e Rueda promovem jantar com governadores e excluem clã Bolsonaro

A iniciativa ocorre após a oficialização da federação entre as duas siglas, no contexto das articulações políticas para o próximo pleito eleitoral

Da Redação

Terça - 19/08/2025 às 11:22



Foto: Sidney Lins Jr. / Agência Liderança Ciro Nogueira e Antônio Rueda
Ciro Nogueira e Antônio Rueda

Os presidentes do Progressistas, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda, organizaram um jantar em Brasília nesta terça-feira (19), com governadores de direita e possíveis candidatos à presidência em 2026, sem incluir representantes do clã Bolsonaro. A iniciativa ocorre após a oficialização da federação entre as duas siglas, no contexto das articulações políticas para o próximo pleito eleitoral.

Entre os convidados estão os governadores Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Jr (PSD-PR) e Eduardo Leite (PSD-RS), que vinham sendo atacados publicamente por Carlos e Eduardo Bolsonaro. Também participaram do encontro Ibaneis Rocha (MDB-DF), Eduardo Riedel (PSDB-MS) e Mauro Mendes (União-MT).

Terceira via

O jantar reflete a tentativa de consolidação de uma terceira via de centro-direita, aproximando governadores e lideranças políticas que buscam alternativas ao projeto eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente em prisão domiciliar. A exclusão do clã Bolsonaro gerou críticas públicas dos filhos do ex-presidente, que classificaram alguns governadores presentes como “ratos” em redes sociais.

"Fingem que vão resolver algo, falam em indulto para os perseguidos da falsa 'trama golpista', mas depois se escondem atrás da 'prudência e sofisticação técnica', lavam as mãos e seguem seus governos como se nada tivesse acontecido. Alegam ter feito sua parte, mas não passam de cúmplices covardes.  A verdade é dura: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater", disse Carlos Bolsonaro em texto divulgado em suas redes sociais e compartilhado pelo irmão, Eduardo Bolsonaro. 

A reunião também serviu para discutir a estratégia política para 2026, incluindo negociações em torno de ministérios e cargos estratégicos em autarquias, como a Codevasf, que recebe recursos de emendas parlamentares.

Efeito Bolívia

O encontro deve provocar debates sobre o chamado efeito Bolívia, em referência ao segundo turno das eleições bolivianas, que levaram dois candidatos de direita ao poder após décadas de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS). Nogueira afirmou que o modelo boliviano é um indicativo para o Brasil em 2026, enquanto Rueda destacou a importância da estabilidade e da moderação para a recuperação econômica do país.

"A Bolívia, que tem eleições livres, ao contrário da Venezuela, tirou a esquerda do poder. O PT boliviano perdeu no voto popular e nem pro 2º turno foi. A Bolívia é o Brasil em 2026, vai se deslulificar finalmente. Fim de linha", escreveu Ciro Nogueira.


"O resultado parcial da eleição boliviana abre, desde já, espaço para estabilidade e moderação, importantíssimos para a recuperação econômica do país, rumo pelo qual, acreditamos, o Brasil também irá optar em 2026", emendou Rueda.

Desembarque do Governo

A oficialização da federação União Brasil e PP, que formará a maior bancada da Câmara com 109 deputados e 15 senadores, também concentra atenção na relação com o governo Lula. Ciro Nogueira e Antônio Rueda têm pressionado integrantes da federação que ocupam ministérios e autarquias a deixarem o governo, em um embate com governistas resistentes.

A resistência vem principalmente do União Brasil, liderada pelo ministro Waldez Góes (Integração Nacional), que apoiou Lula no segundo turno de 2022, e inclui Celso Sabino (Turismo) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), que não planejam deixar seus cargos. O partido também mantém Davi Alcolumbre (União-AP) na Presidência do Senado, que controla a Codevasf, autarquia reforçada por emendas parlamentares e alvo de investigações sobre supostos esquemas de corrupção.

No PP, o Ministério do Esporte, comandado por André Fufuca, enfrenta pressão de Nogueira, que teria dado prazo até 19 de setembro para sua saída, sob risco de expulsão da sigla. O senador Arthur Lira (PP-AL) é apontado como aliado fiel de Nogueira na condução da sigla.

Fonte: Revista Fórum

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