Política

CPI DO INSS

​Câmara dos Deputados avança na criação de CPI para investigar descontos ilegais no INSS

Oposição atinge número necessário de assinaturas e aguarda decisão de Hugo Motta sobre abertura

Da Redação com informações do Brasil 247

Quarta - 30/04/2025 às 09:33



Foto: Câmara dos Deputados/Luís Macedo Plenário da Câmara dos Deputados atinge número de assinaturas necessárias para instaurar CPI no INSS
Plenário da Câmara dos Deputados atinge número de assinaturas necessárias para instaurar CPI no INSS

A oposição na Câmara dos Deputados atingiu, nesta terça-feira (30), o número mínimo de assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o esquema de descontos ilegais sobre aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com o apoio de parlamentares, liderados pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), foi atingido o número mínimo de 171 assinaturas exigido para a criação da CPI. Agora, a decisão final sobre a abertura formal da comissão está nas mãos do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A ação que impulsionou a criação da CPI é a operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A operação investiga um esquema fraudulento que, entre 2019 e 2024, pode ter envolvido até R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais. Esses valores foram retirados de aposentadorias e pensões do INSS sem o consentimento expresso dos beneficiários. “A operação da Polícia Federal expôs um esquema de desvio de contribuições sindicais não autorizadas, com falsificação de assinaturas e outros crimes, que pode ter movimentado ilegalmente cerca de R$ 6,3 bilhões, envolvendo pelo menos 11 sindicatos”, declarou Coronel Chrisóstomo em nota oficial.

Segundo as investigações, os beneficiários do INSS tiveram valores descontados de suas aposentadorias sem jamais terem se associado a qualquer sindicato ou dado autorização para tal. A PF, com o aval da Justiça do Distrito Federal, coordenou uma grande mobilização para desarticular o esquema. Ao todo, 11 sindicatos estão sendo investigados por envolvimento em fraudes no processo de cobrança dos descontos.

Como medida de urgência, o governo federal interveio, anunciando que todos os acordos envolvendo descontos automáticos nas aposentadorias foram suspensos. O Ministério da Previdência também afirmou que os aposentados e pensionistas que foram afetados pelos descontos indevidos receberão o reembolso na próxima folha de pagamento.

Os descontos sobre a folha de pagamento dos beneficiários do INSS, que estão previstos por lei desde 1991, só podem ser feitos com o consentimento explícito dos aposentados e pensionistas. Em troca, as entidades sindicais oferecem serviços como assistência funerária, odontológica e jurídica, além de academias. Contudo, a prática de descontos não autorizados persiste, especialmente após a revogação, em 2022, da lei que obrigava a revalidação desses descontos a cada três anos.

Dados do INSS revelam que, em dezembro de 2024, 41 entidades conveniadas receberam R$ 290,8 milhões, provenientes de 7,263 milhões de filiados. O escândalo, que envolve fraudes em 11 dessas entidades, expõe a dimensão do problema.

Fonte: Brasil 247

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