Polícia

ACESSO NEGADO

Tony Trindade monitorou ilegalmente e antecipou operação aos investigados, afirma PF

A informação foi dada pelo delegado Alan Reis, da Polícia Federal no Piauí

Alinny Maria

Terça - 18/08/2020 às 13:13



Foto: Youtube Jornalista Tony Trindade
Jornalista Tony Trindade

Delegados da Polícia Federal concederam uma coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (18/08), em Teresina, para esclarecer sobre a 'Operação Acesso Negado', que resultou na prisão preventiva do jornalista Tony Trindade. 

O jornalista está sendo acusado de atrapalhar uma investigação da Polícia Federal, a Delivey, que apura desvio de recursos da Educação destinados ao município de União, a 56 km de Teresina.

O delegado responsável pelas investigações, Alan Reis, disse que Tony Trindade estava realizando o monitoramento diário das investigações da Polícia Federal, obtendo informações privilégiadas de caráter sigiloso. Segundo ele, com isso, o jornalista estaria antecipando as etapas da operação aos alvos, contribuindo com a destruição de provas e orientando as testemunhas a apresentarem depoimentos convergentes. 

"O alvo da operação teve acesso ilegal a informações que estavam resguardadas pelo sigilo investigativo. Durante os mandados de busca na operação Delivery, a gente pôde identificar algumas tentativas de interferência e embaraçamento à investigação", disse

O delegado afirmou que não restaram dúvidas de que o jornalista realizou o monitoramento indevido e ilegal das investigações. "Ele realizou encontros obscuros com o intuito de obter informações sigilosas, realizou acesso indevido a processos judiciais e apresentou e tentou manipular versões entre investigados e testemunhas", explicou o delegado.

Polícia Federal faz buscas no sítio do jornalista Tony TrindadeAlan Reis disse ainda que Tony Trindade teve ajuda de dois advogados, que não tiveram os nomes revelados, para obter informações sigilosas da Polícia Federal.  Os advogados não tiveram a prisão decretada porque eles teriam apenas realizado a  busca indevida a processo judicial, já diferente de Tony Trindade teria agido diretamente contra a Operação Delivery. 

O delegado foi questionado porque o agente público que teria vazado as informações sigilosas ao jornalista não foi preso. Alan Reis disse que o agente ainda não foi identificado e que a PF tenta identificá-lo para que sejam tomadas as providências.

A delegada Mariana Paranhos disse que os investigados (advogados, jornalista, investigados na operação Delivery) cometeram uma conduta grave e que a pena pode chegar a oito anos de prisão.

"Esse vazamento de informações sigilosas coloca em risco não apenas a investigação policial, o processo judicial que não vai conseguir fazer Justiça e também coloca em risco a vidace a integridade física dos envolvidos em cada etapa da investigação e por isso devem ser fortemente proibidos", afirma Mariana Paranhos. 

Leia mais:

Polícia Federal deflagra operação e cumpre mandados em Teresina e Monsenhor Gil

Jornalista Tony Trindade é preso acusado de atrapalhar investigações e ajudar criminosos


Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: