Hoje, 19 de maio, registramos o centenário do Desembargador Álvaro Brandão Filho, um dos mais ilustres pedro-segundenses oriundo de uma família tradicional daquele município. Filho do Coronel Álvaro Brandão e de dona Maria Amélia de Andrade Brandão, seu irmão era o professor Wilson de Andrade Brandão, apenas seis anos mais velho, com uma plêiade de nove irmãos todos oriundos daquele município através de ascendências seculares. Casado com dona Cecy Pires Brandão e pai de nove filhos.
Para vencer a vida noutras plagas, muito jovem mudou-se para Teresina, tendo seu primeiro emprego na Cosme Capitalização, uma entidade bancária existente em Teresina naquela época, na década de 1940 a única existente. Ali prestou relevantes serviços assumindo postos importantes.
Sempre foi um homem destemido, corajoso, firme em suas posições, lutando para vencer a vida num Piauí de pouquíssimas possibilidades. Capital provinciana que de igual modo nada ou quase nada oferecia à juventude da época, em termos de oportunidades de trabalho. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais sempre apoiado pelo seu irmão mais velho, mais ou menos 6 anos de diferença de idade, já formado em Direito, advogado e professor de vários colégios que compunham as escolares regulares de nossa capital. Álvaro Brandão Filho conquistou o grau de bacharel em direito pela Faculdade Federal de Direito do Piauí, se submetendo algum tempo depois a concurso de juiz de direito, aonde aprovado com louvor, assume o alto cargo e pontua como magistrado em vários municípios Piauienses.
Assim, marca uma tragetória brilhante em todas as Comarcas aonde pode prestar relevantes serviços a causa da Justiça. Depois de longo período nas comarcas de Regeneração, São Pedro, Piripiri, Floriano e outras, aporta em Teresina, se tornando por um lapso temporal muito elástico, quinze anos aproximadamente, Juiz de Menores de Teresina, trabalhando arduamente pela causa da infância e juventude da época, participando de vários congressos e encontros no país inteiro, como umas das primeiras tomadas de posições da justiça nesse setor da vulnerabilidade dos menores de idade, com uma política de reinserção e defesa dessa parcela da população vivida “a latere” do poder público.
Assumiu o posto de Desembargador do Tribunal de Justiça no final da década de 1970, pontilhando naquele sodalício como um dos seus mais ativos membros ao lado de outros luminares como os Desembargadores Paulo de Tarso Melo e Freitas, Edgar Nogueira (eterno presidente), Vidal de Freitas, um cientista do direito, mestre consagrado, poliglota, Vicente Ribeiro Gonçalves, ícone também que compunha aquele sodalício, além dos desembargadores João Turíbulo Monteiro de Santana, João de Deus Lira, Aluísio Soares Ribeiro, Belizário dos Santos, Adolfo Uchoa Filho, Manfredi Mendes de Cerqueira, todos luminares de uma justiça que ainda engatinhava em um mundo de dificuldades tamanhas, muitos dos quais exerciam a judicatura com amor tamanho, vencendo as necessidades de uma justiça pobremente franciscana naquele período de nossa história do judiciário ainda esquecido pelos poderes públicos, sobretudo pelo poder político que tudo dominava.
Desembargador Álvaro Brandão Filho, foi Corregedor Geral da Justiça, Presidente do Tribunal de Justiça, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral e assumiu transitoriamente o Governo do Estado do Piauí.
Neste 19 de maio homenageio esse membro importante de meu tronco familiar, do qual sou sobrinho e tivemos ligações afetivas muito fortes, tornando-nos colegas como desembargadores, tio e sobrinho na composição de nosso Tribunal no início da década de 1990.
Essa data não poderia passar em branco, por tudo aquilo que fez em benefício da classe magistratural do Estado ao lado de seus colegas de antanho.
Receba hoje, Desembargador Álvaro Brandão Filho, minha homenagem pessoal de um sobrinho, colega, amigo, admirador, que o tem como um ícone da justiça de nosso Estado.