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CÚPULA DO G7

Cúpula do G7 se reúne na Itália e debate o aborto e apoio à Ucrânia

Líderes divergem sobre direitos ao aborto e acordos de ajuda financeira e militar à Ucrânia

Da Redação

Sexta - 14/06/2024 às 08:35



Foto: Tiziana FABI / AFP Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália
Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália

Um rascunho do documento final da cúpula do G7 não menciona o direito ao aborto legal e seguro, conforme relatado pela agência de notícias Reuters. Os líderes dos países do G7 estão reunidos na Itália para seu encontro anual, onde uma controvérsia sobre a inclusão de uma frase referente ao direito ao aborto legal e seguro gerou divergências entre a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e os representantes dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e França.

O rascunho da declaração do G7 manteve compromissos com "o acesso universal a serviços de saúde adequados, acessíveis e de qualidade para as mulheres", estabelecidos no encontro do ano passado em Hiroshima, Japão. No entanto, a referência específica ao "acesso a aborto seguro e legal e cuidados pós-aborto" foi removida do comunicado de 2023.

A Itália, presidindo rotativamente o G7, justificou a exclusão afirmando que a linguagem não precisava ser repetida, uma vez que o compromisso foi reiterado em Hiroshima. Diplomatas revelaram que França e Canadá tentaram fortalecer a linguagem sobre os direitos ao aborto, mas não conseguiram convencer os italianos.

A primeira-ministra italiana, contrária ao direito ao aborto, relatou em sua biografia que sua mãe quase interrompeu a gravidez quando estava grávida dela. Em abril, o governo italiano permitiu que grupos antiaborto tentem dissuadir mulheres a não abortar dentro das clínicas especializadas no procedimento.

Indiretas nas entrevistas

Em entrevistas, Emmanuel Macron, da França, destacou a igualdade de gênero no país, criticando indiretamente outros líderes. Giorgia Meloni respondeu, insinuando que Macron estava usando o G7 para campanhas eleitorais, referindo-se às eleições legislativas francesas convocadas para o final de junho e início de julho.

Principais discussões na Cúpula do G7

A cúpula do G7 começou na quinta-feira na Itália, com a presença de líderes dos países-membros e convidados, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O principal tema é a ajuda à Ucrânia, que enfrenta uma guerra contra a Rússia desde fevereiro de 2022. Na noite anterior ao encontro, os líderes do G7 concordaram em destinar US$ 50 bilhões à Ucrânia este ano, utilizando ativos russos congelados, conforme anunciado pela Presidência francesa.

Outros temas incluem desafios relacionados à Inteligência Artificial, migração e o poder econômico da China. Os membros do G7, aliados da Ucrânia, reforçarão o apoio ao país na guerra contra a Rússia.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vão assinar um acordo bilateral para demonstrar a determinação americana em apoiar a Ucrânia, embora sem posicionar tropas americanas diretamente no país.

Contexto político e econômico

A cúpula ocorre em um momento de pressão sobre os líderes do G7 após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu e eleições nos EUA, França e Reino Unido. Vitórias recentes de partidos de extrema direita abalaram o cenário político global, adicionando peso à cúpula.

Josh Lipsky, diretor sênior do Centro de Geoeconomia do Conselho Atlântico, destacou a urgência de ações coordenadas entre os países do G7, dadas as incertezas futuras no cenário global. Giorgia Meloni busca utilizar a cúpula como plataforma política após a vitória de seu partido nas eleições do Parlamento Europeu na Itália.

Fonte: G1

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