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NAMÍBIA

Tribunal da Namíbia anula lei colonial que criminalizava relações homossexuais

Decisão é comemorada pela comunidade LGBTQIA+ e defensores dos direitos humanos

Da Redação

Sexta - 21/06/2024 às 09:40



Foto: Hildegard Titus / AFP Manifestantes desfilando na Parada do Orgulho LGBT de Windhoek na capital da Namíbia, em 2017
Manifestantes desfilando na Parada do Orgulho LGBT de Windhoek na capital da Namíbia, em 2017

Um tribunal na Namíbia anulou, nesta sexta-feira (21), uma lei colonial que criminalizava as relações homossexuais, decisão considerada histórica e amplamente comemorada pela comunidade LGBTQIA+ e defensores dos direitos humanos. A lei, que datava de 1927 e proibia "sodomia" e "crimes sexuais contra a natureza", foi declarada inconstitucional pelo tribunal de Windhoek, capital do país.

"Não estamos convencidos de que, em uma sociedade democrática como a nossa, seja razoavelmente justificável considerar uma atividade criminosa, simplesmente porque os cidadãos, talvez na sua maioria, não a aceitam", afirmaram os juízes.

A decisão foi também classificada como uma "vitória significativa" pelo Programa das Nações Unidas para o HIV/Aids (UNAIDS), destacando-a como um passo fundamental para uma Namíbia mais inclusiva. Friedel Dausab, o ativista que levou o caso ao tribunal, expressou alívio e felicidade, afirmando que não se sente mais um criminoso em seu próprio país.

Este avanço ocorre em um contexto de crescente intolerância contra os direitos LGBTQIA+ em várias partes do sul da África. Enquanto poucos países africanos descriminalizaram as relações entre pessoas do mesmo sexo, a África do Sul permanece como o único país do continente onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido.

Recentemente, Uganda aprovou uma das leis anti-LGBT mais severas do mundo, criminalizando a própria identificação como LGBTQIA+ e impondo punições severas, incluindo prisão perpétua e pena de morte em casos de "homossexualidade agravada".

A decisão da Namíbia reflete um contraste importante em relação às crescentes repressões em outros países da região, marcando um progresso significativo para os direitos humanos e a inclusão social.

Fonte: G1

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