
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI), firmou um acordo de cooperação técnica inédito com a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-PI) para enfrentar o chamado golpe do falso advogado, prática criminosa que tem lesado cidadãos e colocado em risco a credibilidade da advocacia.
O convênio estabelece um fluxo automatizado de denúncias, inspirado no modelo do BO Fácil, lançado recentemente pela Polícia Civil. Na prática, todas as ocorrências recebidas pelos canais da OAB/PI serão encaminhadas automaticamente à Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, permitindo maior agilidade no registro e na investigação dos casos.
Como funciona o novo sistema
- Encaminhamento automático: denúncias feitas à OAB-PI seguem em tempo real para a Polícia Civil.
- Celeridade nos moldes do BO Fácil: o trâmite elimina etapas burocráticas e encurta prazos.
- Eficiência investigativa: a integração entre instituições qualifica as informações desde a origem.
- Proteção ao cidadão: a resposta mais rápida reduz prejuízos e aumenta as chances de punição dos golpistas.
Com a automação, etapas manuais são eliminadas, o atendimento é agilizado e o patrimônio de clientes vítimas do golpe passa a ter maior chance de preservação. O acordo também reforça a responsabilização criminal de fraudadores que se passam por advogados.
O presidente da OAB/PI, Raimundo Junior, destacou o caráter inovador da parceria:
“A automação nos permite reagir com a mesma velocidade com que o crime se reinventa. É tecnologia a serviço da cidadania e da advocacia.”
Já o Secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, reforçou o ganho operacional para a Polícia Civil:
“Com a integração, a Polícia Civil recebe informações qualificadas em tempo real, o que acelera o registro de ocorrências e o início das investigações.”
Golpe fez 110 vítimas no Piauí
Nos meses de junho e julho, 110 pessoas foram vítimas ou sofreram tentativas do “Golpe do Falso Advogado” no Piauí, segundo dados divulgados pelo Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), órgão do Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI).
Criminosos se passam por profissionais do Direito para enganar as vítimas com a falsa promessa de liberação de valores de processos judiciais. Somando os maiores prejuízos individuais chega a R$ 220 mil.
Como os criminosos agem
Os golpistas usam o WhatsApp para se comunicar com as vítimas. Eles criam um novo número de telefone, mas utilizam a foto e o nome do verdadeiro advogado da pessoa, o que confere credibilidade à abordagem.
Ao entrarem em contato, os criminosos anunciam uma "causa ganha", gerando um estado de euforia na vítima. Aproveitando-se desse momento, eles exigem pagamentos via Pix, justificando que os valores seriam para cobrir custas judiciais, impostos, taxas ou um "procedimento técnico" necessário para a liberação do dinheiro do processo. Em 81% dos casos, o prejuízo se concretiza por meio de transferências via Pix.
Fonte: Com informações da OAB-PI