
Após a emissão de um visto diplomático com o gênero masculino para a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), a embaixada dos Estados Unidos em Brasília afirmou que o governo americano reconhece apenas dois sexos: masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento.
Nesta quarta-feira, Erika denunciou que teve sua identidade de gênero negada durante o processo de solicitação de visto para participar de uma conferência acadêmica nos EUA.
Em resposta à Agência Brasil, a embaixada declarou: “Os registros de visto são confidenciais, conforme a lei americana, e, por política, não comentamos casos individuais. Ressaltamos também que, de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA reconhecer dois sexos, considerados imutáveis desde o nascimento.”
Essa ordem executiva, assinada por Donald Trump em 20 de janeiro, determina que órgãos federais dos EUA reconheçam o gênero como um binário fixo (masculino ou feminino) e proíbe a autoidentificação de gênero em documentos como passaportes.
Segundo a equipe da parlamentar, a embaixada ignorou documentos oficiais brasileiros — como sua certidão de nascimento retificada e seu passaporte, que reconhecem Erika como do gênero feminino.
A deputada encaminhou um ofício ao Ministério das Relações Exteriores pedindo uma reunião com o ministro Mauro Vieira, e o Itamaraty está analisando a solicitação. Ela também informou que já está articulando uma ação jurídica internacional contra o governo Trump.
“É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, declarou Erika, que é a primeira deputada federal negra e trans eleita no Brasil.
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Fonte: Agência Brasil