Educação

Jaqueline Alcântara de Morais, mulher de Beira-Mar, foi presa pela Fed

Piauí Hoje

Quinta - 22/11/2007 às 04:11



Onze pessoas, entre elas a mulher de Fernandinho Beira-Mar, foram presas nesta quinta-feira durante a Operação Fênix, realizada pela Polícia Federal em parceria com o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. Jaqueline Alcântara de Moraes foi presa na casa dela em Jacarepaguá, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Com ela, teriam sido encontrados cerca de US$ 200 mil. Oficialmente, a polícia confirma ter contabilizado, até agora, R$ 50 mil. A prisão de Jaqueline foi considerada a mais importante da operação porque a mulher de Beira-Mar era a comandante das operações do traficante fora do presídio. Ela assumiu o posto de "número 2" da organização há cerca de seis meses, quando o então braço direito de Beira-Mar, o advogado João José de Vasconcelos Kolling, desapareceu. "A Jaqueline se aproximou muito da organização, virou a testa de ferro após o sumiço do Kolling, passou a ter contato com os fornecedores, virou a número dois da organização", disse Wagner Mesquita de Carvalho, chefe de operações especiais de fronteiras da Polícia Federal. No último mês de setembro, Jaqueline, que é advogada, casou-se com Beira-Mar, com quem namorava há 15 anos e tem três filhos. A cerimônia ocorreu no Presídio Federal de Campo Grande (MS) e foi cercada por um forte esquema de segurança. O casal teve direito a uma breve lua-de-mel, na cela íntima.Além de Jaqueline, outras peças-chave da organização foram apanhadas. Ronaldo Alcântara de Moraes, irmão de Jaqueline, foi preso em Mato Grosso do Sul quando estava indo visitar Beira-Mar acompanhado do filho mais velho do traficante. Este último seria o dono da empresa Chama Gás e de um lava-rápido que supostamente fariam a lavagem do dinheiro do tráfico. A mulher de Ronaldo, Marcela Pedrito Borradas, foi presa na favela de Beira Mar junto com um homem chamado Jorge Ribeiro Júnior. Ele é suspeito de ser um dos principais laranjas de Beira-Mar, pois muitos dos carros apreendidos na operação estariam em seu nome. Na Ilha do Governador, a polícia prendeu Gersy Mary Menezes Evangelista, uma das advogadas do traficante. Parentes e advogados transmitiam ordensDesde julho, Beira-Mar está detido no Presídio Federal de Campo Grande (MS), depois de passar um ano na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). As duas unidades prisionais são de segurança máxima, segundo o Ministério da Justiça. Mas isso não o impedia de continuar comandando os negócios. Segundo as investigações da Polícia Federal, ele mantinha a liderança da organização com a ajuda de seus advogados e de Jaqueline, que o visitava constantemente na prisão. "Ele está detido, mas não está incomunicável. Em um ano e meio de investigações, não foi detectada nenhuma conversa via celular. Ele se comunica via parentes, advogados e pessoas que o visitam", explicou Valdinho Jacinto Caetano, superintendente da Polícia Federal do Rio.As investigações também descobriram ligações do grupo comandado por Beira-Mar com o PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa que atua principalmente em São Paulo. "A ajuda era feita através de compartilhamento de fornecedores e apoio logístico no transporte das drogas, cuja principal porta de entrada era Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai", afirmou Paulo Parso, coordenador do setor de repressão de entorpecentes da PF. Computadores, cofres, jóias, carros e até aviãoO objetivo da Operação Fênix é desarticular a cúpula da organização criminosa comandada por Luiz Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar". De acordo com a polícia, a quadrilha comprava drogas em outros países da América do Sul (Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela) e as trazia para o Brasil, abastecendo principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. As investigações começaram há um ano e meio, e a operação foi deflagrada depois que a 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba expediu 35 mandados de busca e apreensão, e outros 24 de prisão. Os mandados começaram a ser cumpridos nesta quinta em quatro Estados brasileiros - Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.Segundo a Polícia Federal, até o meio da tarde haviam sido feitas 22 buscas e quatro prisões no Rio de Janeiro. Em São Paulo, três buscas e uma prisão. No Paraná, quatro buscas e uma prisão. E em Mato Grosso do Sul, cinco buscas e cinco prisões. Todas as pessoas detidas foram acusadas de tráfico de drogas, associação com o tráfico e lavagem de dinheiro. Uma das incursões da polícia aconteceu na favela Beira Mar, principal reduto do traficante no Rio de Janeiro. Em duas lan houses, foram apreendidos vários computadores que serão periciados em busca de provas. A operação apreendeu também muitos cofres, jóias e motos, além de cerca de 20 carros. O valor total dos itens apreendidos ainda está sendo calculado. Durante os 18 meses da Operação Fênix, 29 pessoas foram presas, 13 delas em flagrante. Além disso, a PF deteve 750 quilos de cocaína, 3.700 quilos de maconha, 4.000 cartuchos de bala e um avião.

Fonte: UOL

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