A bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, 24 anos, mãe da menina Isabella Oliveira Nardoni, 5, morta, no dia 29, ao cair do 6º andar em circunstâncias misteriosas, contou ontem que falou com a filha pela última vez um dia antes de sua morte. Na casa do pai, Alexandre Alves Nardoni, ao telefone, Isabella disse: "Estou muito feliz, mãe. Eu também te amo, muito, muito, muito, mamãe".Ana Carolina revelou ao \'Fantástico\' que tinha uma relação distante com o ex-marido, mas que Isabella tinha um "amor incondicional" pelo pai. Sobre a madrasta, ela não quis falar.Ana Carolina lembrou ainda da relação com a filha: "Além de mãe e filha, nós éramos muito amigas. Minha companherinha". Isabella, inclusive, às vezes consolava a mãe. "Uma vez fomos assaltadas juntas. Estava com muito medo e minha filha me acalmou, dizendo para esquecer do medo", contou.A força para manter-se tranqüila atualmente em momentos de tanta dificuldade também vem de Isabella, que dizia para a mãe não ficar triste. "Na minha vida tudo começou muito cedo. Fui mãe cedo, perdi minha filha cedo. Encaro tudo como superação. Isabella era muito feliz e por isso não me entregarei à tristeza", disseAna Carolina não revelou a sua versão sobre a morte da filha. "Não sei o que aconteceu naquele dia. Fico triste em saber o que ela sofreu. Mas não pensei em nada", resumiu. Ao ser questionada se a filha havia reclamado sobre algum problema nas visitas na casa do pai, Ana Carolina afirmou que a filha nunca se queixou ou apresentou algum sinal de insatisfação. "Eu sempre perguntava. Ela nunca se queixou", comentou.Advogado vai pedir para casal ser soltoA madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, recebeu ontem uma carta do marido, Alexandre. Além de dizer que amava a mulher, segundo programa da Record, \'Domingo Espetacular\', Alexandre teria dito que os dois precisam ficar juntos neste momento.Ontem, pela primeira vez, Anna Carolina, fez uma refeição na delegacia onde está presa. Os advogados de Alexandre e Anna Carolina vão entrar hoje com habeas corpus pedindo a liberdade do casal.O pai de Alexandre, Antonnio, disse ao \'Fantástico\' que acredita na possibilidade de uma terceira e desconhecida pessoa ter cometido o crime. "Reformamos o apartamento e as chaves passaram nas mãos de muita gente. É real a possibilidade de alguém ter entrado", disse Antonio, ressaltando o carinho do casal com Isabella.Alexandre Jatobá, pai de Anna Carolina, afirmou que sua filha, como madrasta, era apaixonada por Isabella. O promotor Francisco Cembranelli afirmou ontem que ainda não há acusados pela morte de Isabella: "É preciso ter cautela e aguardar novos depoimentos e o resultado das perícias".ContradiçõesA circunstância da morte de Isabella ainda é mistério. O crime aconteceu na noite do dia 29 e várias versões já foram analisadas pela polícia. A história contada pelo pai - de que levou a menina para o apartamento e deixou-a sozinha enquanto voltava à garagem do edifício para buscar sua mulher e os dois filhos do casal, após visita à casa da sogra - foi considerada contraditória pela polícia, até \'fantasiosa\' pelo Ministério Público.Um dos pontos foi questionado após testemunha contar que viu toda família subindo para o apartamento. Outras contaram ainda terem ouvido gritos da menina, o que gerou interpretações diferentes por parte do delegado e do advogado do pai. Depois de a mãe de Isabella prestar depoimento, foi pedida a prisão temporária do pai e da madrasta da menina. A mãe negou que um fato tenha relação com o outro. Antes de se entregar, o casal divulgou cartas se dizendo inocente.A perícia descobriu manchas de sangue em roupas achadas em apartamento desocupado ao lado do de Alexandre, que é de sua irmã.
Fonte: O DIA Online
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