
A percepção de alívio no preço dos alimentos ajudou a elevar a aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20). O levantamento, realizado entre os dias 13 e 17 de agosto com 2.004 entrevistas presenciais em todo o país e margem de erro de dois pontos percentuais, mostra que a aprovação subiu para 46%, enquanto a desaprovação recuou para 51%. A diferença, que em julho era de dez pontos, caiu pela metade, chegando a cinco pontos percentuais, o melhor resultado do ano para o presidente.
O movimento é atribuído ao comportamento dos preços dos alimentos, item de maior peso no orçamento familiar. A proporção de brasileiros que relataram aumento nas prateleiras caiu para 60%, bem abaixo do patamar observado no início do ano, quando o índice chegou a ultrapassar 75%. Já os que perceberam queda nos preços subiram para 18%, o nível mais alto desde 2023. O reflexo apareceu também na avaliação do poder de compra: 70% afirmam ter menos condições de consumo do que no ano passado, mas esse índice já foi maior; 16% dizem estar comprando mais e 12% relatam estabilidade.
Regionalmente
Regionalmente, o Nordeste segue como principal base de apoio do governo, onde a aprovação chega a 60%, contra 37% de desaprovação. Entre famílias com renda de até dois salários mínimos, a aprovação atingiu 55%, superando a rejeição. Esses grupos são justamente os mais sensíveis à inflação da cesta básica, o que explica a relação direta entre a percepção de preços mais baixos e a melhora na avaliação do governo.
As expectativas para a economia também registraram avanço. Pela primeira vez em meses, o otimismo superou o pessimismo: 40% acreditam que a situação do país vai melhorar nos próximos 12 meses, enquanto 35% esperam piora. Em paralelo, a percepção de que o Brasil está na direção errada caiu para 57%, e 36% afirmam que o país está no rumo certo.
Combinados, os números indicam que a sensação de alívio no supermercado tem sido determinante para a redução da distância entre aprovação e desaprovação do governo. A tendência mostra que, sem grandes ruídos políticos ou crises pontuais, a percepção de melhora econômica pode sustentar a recuperação da imagem do presidente Lula ao longo do segundo semestre de 2025.
Fonte: Brasil 247