Olhe Direito!

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Nazareno Araújo, um homem único

A formação em Direito em Minas Gerais não foi o bastante para afastá-lo fisicamente de seu estado natal

Alvaro Mota

Quinta, 17/12/2020 às 11:53



Foto: Divulgação Nazareno Araújo
Nazareno Araújo

Poucas pessoas que conheço têm a alegria estampada no rosto, iluminado sempre por sorriso sincero. Uma dessas pessoas era Nazareno Araújo, falecido no dia 16 de dezembro, aos 90 anos, muito bem vividos, constituídos por uma trajetória pessoal de sucesso, pela constituição de uma vasta rede de amigos e admiradores, por uma bela família, por serviços prestados à nossa comunidade.

Nazareno Araújo foi amigo de meu pai e tive a sorte de herdar essa amizade, ainda que não cultivada amiúde, mas presente pelo fato de ter em comum com ele a advocacia e o gosto pela vida pública – razão pela qual tinha a honra de tê-lo como colega do Instituto de Advogados Piauienses, do qual era o vice-presidente.

A formação em Direito em Minas Gerais não foi o bastante para afastá-lo fisicamente de seu estado natal, onde, desde cedo exerceu o gosto pela política. Com 25 anos, em 1955, era vereador em Floriano, onde nasceu e de onde alçou voo para tonar-se deputado estadual. A experiência política o levou a ser ainda procurador-geral do Estado na década de 1980. Também dirigiu o Detran e foi tabelião.

Nazareno Araújo, um homem único, pode ser percebido também pela polivalência de misteres, porque também exercer o magistério como professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Piauí.

Fora das divisas estaduais, trabalho como consultor jurídico, diretor da Divisão de Segurança e Guarda, membro do Conselho Penitenciário e diretor da Imprensa Oficial do então Território Federal de Roraima – o que poderia ser quase um degredo, mas para ele serviu como aprendizado.

A vasta experiência na vida pública, o exercício da advocacia e da política poderiam até ser responsáveis por rusgas, mas não com Nazareno Araújo. Ele era o tipo humano que estava sempre mais disposto a ajudar que a causar dissabores. Pacificar e buscar a satisfação das pessoas lhe parecia o papel nesta vida.

Ele parte nestes tempos difíceis em que até as despedidas estão limitadas, mas essa conjuntura de tristeza e distanciamento não é impeditivo a que se agradeça por sua vida dedicada à nossa comunidade, por sua postura de alegria e de paz.

A partida de Nazareno Araújo é física, porque a memória de pessoas como ele não se apaga facilmente.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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