Uma reunião realizada no último sábado (6) na casa do senador Ciro Nogueira (PP), em Teresina, reacendeu no PT do Piauí o debate sobre fidelidade partidária. Vereadores da base do governador petista Rafael Fonteles, incluindo um filiado ao PT e outro ao PCdoB, declararam apoio público à reeleição do presidente do PP ao Senado, figura da oposição ao governo estadual, recebendo críticas públicas do lideranças petistas expressivas.
Os vereadores Carlos Eduardo Kalume, eleito pelo PT e irmão do suplente de deputado Vinícius Kalume (PT), e Lauro César de Morais (PCdoB) estiveram na casa do senador acompanhados dos seus colegas Manfrine Macarrão (Republicanos) e Salomão Holanda (MDB). A visita foi interpretada como um sinal de alinhamento político para as eleições de 2026, desprezando a lealdade às legendas de origem.
Em declaração que ecoou negativamente nas esferas partidárias, o vereador eleito pelo PT Carlos Eduardo Kalume minimizou a importância da sigla: “Nós conhecemos o trabalho do senador Ciro Nogueira e a política não deve ter partido. Deve ser transparente e objetiva e nós sabemos da quantidade de recursos que o senador trouxe para Floriano. Estou sendo coerente”. Lauro César (PCdoB) seguiu a mesma linha, justificando o apoio pelo “trabalho” do senador.
A atitude dos vereadores foi recebida com indignação por dirigentes petistas. Para um deles, “não se pode esperar muito de um político que não defende seu próprio partido e se 'vende' para um político de oposição ao governo do seu próprio partido”. O PT agora deve reunir sua Executiva Estadual para tratar da punição e possível expulsão dos “infiéis” antes do ciclo eleitoral de 2026.
Este episódio dos vereadores de Floriano é apenas o capítulo mais recente de uma discussão que tem ganhado força no PT piauiense. Na atual gestão do deputado Fábio Novo na presidência estadual do partido, que prometeu rigor na punição a desfiliações e apoios não autorizados, outros casos recentes alimentam a crise.
A ex-candidata a prefeita de Pedro II, Neuma Café, declarou voto em políticos de fora do PT, assim como a ex-candidata em Batalha, Patrícia Vasconcelos, que declarou apoio a Georgiano Neto (MDB) para deputado federal. A prefeita de Luís Correia, Maninha Fontenelle (PT), também tem sido vista constantemente de braços dados e ao lado de Ciro Nogueira, para quem já votou e fez campanha.
Esses movimentos passam a imagem, segundo críticas internas, de que o PT virou uma “sigla de aluguel” para políticos oportunistas que se beneficiam de obras e recursos do governo estadual petista, mas não mantêm compromisso com as bandeiras e a identidade ideológica do partido. A questão central, que agora será levada à Executiva, é como o partido lidará com a fratura entre a disciplina partidária e os pragmatismos da política local.
Carlos Eduardo Kalume com Ciro Nogueira: político do interior não tem fidelidade partidária
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