Política

INFIDELIDADE PARTIDÁRIA

Vereadores do PT e PCdoB ignoram a fidelidade partidária e declaram apoio a Ciro Nogueira

Em reunião com o senador, parlamentares do PT e do PCdoB ignoram disciplina partidária e deixam transparecer que os partidos viraram siglas de aluguel

Da Redação

Segunda - 08/12/2025 às 18:48



Foto: Redes sociais Vereadores da base do governo Rafael Fonteles de braços dados com Ciro Nogueira
Vereadores da base do governo Rafael Fonteles de braços dados com Ciro Nogueira

Uma reunião realizada no último sábado (6) na casa do senador Ciro Nogueira (PP), em Teresina, reacendeu no PT do Piauí o debate sobre fidelidade partidária. Vereadores da base do governador petista Rafael Fonteles, incluindo um filiado ao PT e outro ao PCdoB, declararam apoio público à reeleição do presidente do PP ao Senado, figura da oposição ao governo estadual, recebendo críticas públicas do lideranças petistas expressivas.

Os vereadores Carlos Eduardo Kalume, eleito pelo PT e irmão do suplente de deputado Vinícius Kalume (PT), e Lauro César de Morais (PCdoB) estiveram na casa do senador acompanhados dos seus colegas Manfrine Macarrão (Republicanos) e Salomão Holanda (MDB). A visita foi interpretada como um sinal de alinhamento político para as eleições de 2026, desprezando a lealdade às legendas de origem.

Em declaração que ecoou negativamente nas esferas partidárias, o vereador eleito pelo PT Carlos Eduardo Kalume minimizou a importância da sigla: “Nós conhecemos o trabalho do senador Ciro Nogueira e a política não deve ter partido. Deve ser transparente e objetiva e nós sabemos da quantidade de recursos que o senador trouxe para Floriano. Estou sendo coerente”. Lauro César (PCdoB) seguiu a mesma linha, justificando o apoio pelo “trabalho” do senador.

A atitude dos vereadores foi recebida com indignação por dirigentes petistas. Para um deles, “não se pode esperar muito de um político que não defende seu próprio partido e se 'vende' para um político de oposição ao governo do seu próprio partido”. O PT agora deve reunir sua Executiva Estadual para tratar da punição e possível expulsão dos “infiéis” antes do ciclo eleitoral de 2026.

Este episódio dos vereadores de Floriano é apenas o capítulo mais recente de uma discussão que tem ganhado força no PT piauiense. Na atual gestão do deputado Fábio Novo na presidência estadual do partido, que prometeu rigor na punição a desfiliações e apoios não autorizados, outros casos recentes alimentam a crise. 

A ex-candidata a prefeita de Pedro II, Neuma Café, declarou voto em políticos de fora do PT, assim como a ex-candidata em Batalha, Patrícia Vasconcelos, que declarou apoio a Georgiano Neto (MDB) para deputado federal. A prefeita de Luís Correia, Maninha Fontenelle (PT), também tem sido vista constantemente de braços dados e ao lado de Ciro Nogueira, para quem já votou e fez campanha.

Esses movimentos passam a imagem, segundo críticas internas, de que o PT virou uma “sigla de aluguel” para políticos oportunistas que se beneficiam de obras e recursos do governo estadual petista, mas não mantêm compromisso com as bandeiras e a identidade ideológica do partido. A questão central, que agora será levada à Executiva, é como o partido lidará com a fratura entre a disciplina partidária e os pragmatismos da política local.

Carlos Eduardo Kalume com Ciro Nogueira: político do interior não tem fidelidade partidária 

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: