Saúde

VACINAÇÃO

Vacinas mais modernas podem prevenir nova pandemia

Mutações em vírus causadores da gripe aviária preocupam cientistas

Da Redação

Sexta - 11/04/2025 às 08:48



Foto: Divulgação A vacinação continua sendo a medida mais eficaz para prevenir doenças e evitar surtos
A vacinação continua sendo a medida mais eficaz para prevenir doenças e evitar surtos

A gripe aviária continua sendo uma preocupação para as autoridades de saúde, especialmente sobre a possibilidade de ela se transformar em uma pandemia. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, afirma que é necessário melhorar as vacinas para evitar esse cenário. Uma das grandes esperanças é a vacina universal contra a gripe, que já mostrou bons resultados.

Essa vacina utiliza a tecnologia de RNA mensageiro, e contém o sequenciamento genético de todos os subtipos dos vírus da gripe A e B. Foi testada em furões e ratos. Primeiro, testaram as vacinas para cada subtipo de vírus separadamente, e a resposta imunológica foi ótima. Depois, testaram todas as 20 cepas de uma vez e perceberam que a vacina gerou anticorpos contra todas as cepas por pelo menos quatro meses.

Já existem vacinas específicas contra a gripe aviária e alguns países têm estoques de emergência, incluindo o Brasil. O Instituto Butantan, em parceria com a Fiocruz, está desenvolvendo uma vacina própria, que já passou pela fase de testes em animais e teve bons resultados. Agora, eles estão prontos para testar em humanos, aguardando a autorização da Anvisa.

Mônica Levi destaca a importância de o Brasil ter uma vacina própria para não depender de vacinas de outros países, caso a doença se espalhe. O vírus da gripe aviária tem a capacidade de se modificar rapidamente e infectar novos animais. Já são mais de 350 espécies infectadas, incluindo gatos domésticos na Polônia. Além disso, a mortalidade do vírus é alta, pois as pessoas não têm imunidade contra ele.

O maior risco é que o vírus sofra uma mutação que o torne capaz de se espalhar de pessoa para pessoa, o que poderia desencadear uma pandemia. A presidente da SBIm alerta que faltam poucos passos para isso acontecer. Desde 2003, a OMS registrou 969 casos de infecção por gripe aviária em humanos, com 457 mortes, o que resulta em uma taxa de mortalidade superior a 50%. No entanto, a taxa de mortalidade tem diminuído desde 2015. Neste ano, por exemplo, de 72 casos registrados nas Américas, apenas dois resultaram em mortes.

A transmissão para humanos acontece principalmente pelo contato com aves infectadas, e os surtos não param de crescer. De outubro de 2023 a fevereiro de 2024, houve mais de 900 surtos em aves de criação e 1.000 em aves silvestres, números superiores aos do ano anterior.

O primeiro caso de gripe aviária no Brasil foi registrado em maio de 2023. Desde então, foram confirmados 166 focos da doença, sendo a maioria em aves silvestres. Em razão dessa situação, o Ministério da Agricultura e Pecuária estendeu o estado de emergência zoossanitária por mais 180 dias.

Fonte: Agência Brasil

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia:

Mais conteúdo sobre:

vacinas
<